Depois da cheia do Itacaiúnas, a Sedurb terá muito trabalho para reordenar o andamento da obra de urbanização e habitação do bairro Cabelo Seco, em Marabá. Moradores apontam diversos indícios de que a construtora contratada vem cometendo erros técnicos em alguns estágios dos serviços, capazes de comprometer parte do aterro e drenagem da área onde serão construídas unidades habitacionais para os moradores.

Além de demorada, no rastro de interminável processo burocrático, a empreiteira demonstra carência de melhor estrutura para tocar empreendimento do porte contratado.

Três moradores do Cabelo Seco levaram o poster a percorrer a extensão da obra, a pé e numa lancha, para verificar a qualidade inconfiável dos serviços. No trecho do aterro que á para o Itacaiúnas, parte da tubulação de drenagem foi arrancada (foto acima). Pior: os moradores garantem que os tubos de concreto cobertos pelo aterro não receberam como base de sustentação, o que eles chamam de “cama de concreto”, onde deveria ser assentada a tubulação.

Aqui a coisa está sendo feito na coxa. Os caras (construtora) vem, colocam os tubos sobre o terreno, sem nenhuma base de sustentação, e pronto. Com o tempo, isso não vai suportar, denuncia “Mineiro” (abaixo), um dos mais antigos moradores do bairro e dono de uma sede náutica localizada na orla do Tocantins.

Com denominação de “Melhoria Urbana do bairro Francisco Coelho” , o projeto ainda não deve ter ultrapassado 20% de execução, segundo engenheiros que tiveram acesso ao seu detalhamento. Complexo, pelo conjunto de ações integradas (saneamento ambiental, melhorias habitacionais, urbanas e socioculturais) o empreendimento, no “embalo” que segue, corre o risco de cruzar dezembro de 2010 sem estar concluído. Sem falar no desgaste do governo junto às 1.200 famílias do bairro remanejadas para outras áreas.

Tuburação levada pelas águas, à reboque de serviços mal feitos.