A executiva do PSDB vai encaminhar nesta segunda-feira, 17, ao conselho de ética do partido, o pedido de expulsão do deputado Celso Sabino (PA) por ter sido indicado por líderes do Centrão ao cargo de líder da maioria na Câmara.

O processo é deflagrado no momento que a sigla decide também “reavaliar” a presença do senador tucano Izalci Lucas (DF) no cargo de vice-líder do governo no Senado.

Há informações seguras de que ampla maioria da cúpula tucana defende a expulsão de Sabino, exceto o grupo ligado ao deputado Aécio Neves (MG).

A reação do partido pode comprometer sua indicação.

Sabino é o principal aliado de Aécio na bancada do PSDB na Câmara.

Em caráter reservado, três integrantes da executiva disseram que Aécio atuou nos bastidores junto ao Centrão pela indicação do deputado ao cargo governista e, no PSDB, para evitar a expulsão. Como relator,

Sabino conduziu o relatório que rejeitou a expulsão de Aécio.

Apesar de ter divulgado nas redes sociais na semana passada sua foto ao lado de Bolsonaro, Sabino não se diz bolsonarista, mas “a favor do Brasil”.

“Não tenho nenhum cargo ou pleito no governo federal. A (liderança) da maioria não significa alinhamento com o governo”, disse ele.

Sobre o processo de expulsão, reclamou que esse tema não estava na pauta da executiva na quinta-feira, e disse que o processo contra ele está andando “rápido demais”,

Questionou ainda o tratamento dado a tucanos “governistas”, em especial a Izalci.

“Não podem marcar uma reunião com uma pauta e na última hora votar outra. Essa correria compromete os princípios do contraditório e amplo direito de defesa”, afirmou Celso Sabino.

O pedido de expulsão foi colocado em pauta na reunião da semana passada pelo ex-senador José Aníbal, que tinha como tema a distribuição do Fundo Eleitoral.

Para evitar questionamentos, o presidente do PSDB, Bruno Araújo, decidiu convocar nova reunião da executiva para hoje.

“Vamos fazer outra reunião para não deixar nenhum questionamento”, afirmou o dirigente tucano.

A ala do PSDB paulista liderada pelo governador João Doria aderiu ao movimento pela expulsão de Sabino.

Sabino teve o seu nome escolhido para vaga de líder da Maioria por partidos do Centrão.

A intenção, naquela época, seria enfraquecer o presidente da Casa, Rodrigo Maia ao tirar um aliado seu do posto

A substituição, porém, ainda não foi oficializada.