“Eduquem as crianças e não será necessário castigar os homens. (Pitágoras, filósofo e matemático grego, pregando no século 6 antes de Cristo)
Em post publicado em suas redes sociais, o deputado federal Beto Salame, de Marabá, pontificou seu voto contra a redução da maioridade penal.
Assumindo com lucidez a postura em plenário, o parlamentar marabaenses usou o bom senso.
O voto justificado de Beto, conforme ele escreveu em seu FB:
Hoje estamos debatendo aqui na Câmara Federal a redução da maioridade penal.
Sei que é um tema controvertido e que desperta um debate acalorado.
Quero dizer a vocês que não é possível discutir a redução da maioridade penal fora do contexto geral que envolve a segurança pública e as políticas de inclusão social.
Apenas reduzir a idade mínima para permitir a punição de menores infratores não garante, por si só, a diminuição da violência.
É preciso que a discussão avance para a ampla reformulação e aparelhamento dos órgãos de segurança pública, com investimentos na contratação de pessoal, treinamento e equipamentos.
De outro lado, a luta por educação pública de qualidade e políticas de esporte e lazer para a juventude precisa continuar.
Aqui em Brasília sigo lutando por mais verbas para a educação no Pará e, em especial, na região do Carajás e mesmo sabendo que a segurança pública é obrigação do Governo do Estado, estou à disposição para apoiar medidas que visem reduzir os alarmantes índices de violência no Pará.
Por tudo isso, entendo que devemos rejeitar essa proposta que aponta o caminho da punição e da exclusão de jovens, quase sempre pobres e negros, como única forma de conter a violência.
Neste momento e nas atuais circunstâncias digo NÃO À REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL e junto-me àqueles que preferem educar o jovem a puni-lo. Construir escolas para não precisar gastar tanto com presídios me parece um lema adequado para o momento em que vivemos.
Nossa juventude não precisa de bancos de réus.
Precisa sim é de bancos de escolas!!!!
Por isso votei contra a redução da maioridade penal. (Beto Salame)
Corajosa e serena, a posição de Beto Salame.
Ele não embarcou na “onda” da redução da maioridade.
Sempre que um adolescente se envolve em um crime bárbaro, como acontece todo dia no país, boa parte da população levanta a voz para exigir a redução da maioridade penal.
Recente pesquisa do Datafolha mostrou que 87% dos paulistanos defendem a redução da maioridade para 16 anos.
Alguns dos considerados melhores juristas do País, porém, condenam a mudança.
A sociedade se agarrou ao mito de que quanto mais aplicarmos prisão e maiores forem as penas vamos desestimular a delinquência.
Os EUA são um grande exemplo de que não funciona assim.
Trata-se de um país que tem uma população carcerária enorme. Se prende muito e nem por isso os índices de criminalidade por lá diminuem.
Pelo contrário, mesmo nos estados onde existe pena de morte a criminalidade é superior aos dos estados onde ela não existe como é o caso do Texas.
Os juristas entendem ser a redução um atalho perigoso que muitos querem construir, quando a questão central está no conjunto de obrigações constitucionais do Estado brasileiro, em seus diversos níveis.
É inaceitável que se busque uma ‘solução’ simplista para uma questão de tão alta complexidade, como frisou Salame em seu voto
Os mais graduados juristas são unânimes: é preciso ampliar o foco das discussões para a origem do problema.
Entre as soluções prioritárias, indicam eles, encontra-se a urgência em potencializar a educação de qualidade para os jovens.
É aumentar o acesso dos estudantes às escolas de tempo integral.
Com ocupação o dia inteiro, longe das ruas e das más influências, os jovens distanciam-se do mundo das drogas e das atividades ilícitas.
Ganham uma melhor formação, o que aumenta a capacidade de força de trabalho e diminui, sensivelmente, os números da geração nem-nem – a população juvenil que nem trabalha nem estuda e, geralmente, nem procura emprego.
Para que o remédio funcione a contento, é necessária ainda uma reforma estrutural no ensino médio, principalmente nas questões curriculares, incluindo matérias com forte apelo para a formação do jovem ao mercado de trabalho.
Não é só o poder público, mas a sociedade como um todo deve se engajar nessa causa.
As empresas que abrem suas portas para os jovens contribuem para a diminuição da criminalidade.
Seja abrindo oportunidades de emprego, estágio ou aprendizagem, estará permitindo a possibilidade de uma vida melhor para a família desses jovens que entram no mercado de trabalho sonhando com um futuro promissor.
Somente com educação de qualidade, e, consequentemente, com a diminuição das desigualdades sociais é que poderemos sonhar com a redução das estatísticas de criminalidade. Como dizia o sábio Padre Antonio Vieira, a boa educação é moeda de ouro; em toda a parte tem valor.
mosavelino
5 de julho de 2015 - 17:24Concordo com o Sr. Apinajé, os nosso políticos provaram mais uma vez que não estão nem um pouco se lixando para sociedade, um proposta com um apelo social desse tamanho ser rejeitada, mostra apenas que democracia no Brasil, só existe no nome, o que prevalece mesmo são interesse de grupos de parlamentares que se dizem representar o povo mais que na verdade não fazem nada disso. Eu acredito Sr Apinajé que temos a forma de Democracia mais farjuta do mundo, que é a chamada Democracia representativa, onde os nosso representantes eleitos com slogan de defender os interesses da sociedade ou da maioria dela, defendem apenas seus próprios interesse ai realmente fica difícil de um país desse dar certo. Na verdade o problema não está nem na forma de Democracia e sim na falta de compromisso de quem e eleito né. Mais pelo que estou vendo este embroglio da Maior idade penal vai ser decidida pelo STF, porque Eduardo Cunha usa manobra ilegal para aprovar a mesma, ai se for pro STF o Sr já sabe quem ganha né, com certeza os políticos que é quem colocam os ministros no cargo, pois aquela sabatina que eles passam no congresso não convence ninguém de que pra realmente saber se são pessoas quilificadas. é apenas pra decidir quais interesse eles vão realmente defender. Lamentável.
Leno
4 de julho de 2015 - 18:31É muito simples o nobre deputado votou assim por determinação política, ou seja, por que está subjugado politicamente aos barbalhos, que por sua vez estão comendo na mesa do executivo nacional.
É simples assim!
João Dias
2 de julho de 2015 - 14:03Nobre Apinajé,
De início agradeço e retribuo as considerações e o abraço em comentários passados. Não deu pra agradecer naquela oportunidade. De todo modo, faço-o agora. Somos contemporâneos da mesma cidade; vencedores por méritos.
Acredito, se não me falha a memória da idade, que você foi militar da Aeronáutica, uma grande armada e orgulho dos brasileiros.
Se você me permite, considero que: MAIORIA É MAIORIA, PILAR da DEMOCRACIA. Poderia ser de apenas 1 voto, 2, 3 um milhão.
E se fosse o contrário?
Nos países que adotam a DEMOCRACIA é assim que funciona.
Aos 60 anos de idade, ainda que no Brasil, desconheço tal conduta na condução da Câmara Federal, acerca da aplicação do Regimento, por ex-presidentes.
O que acontece com Eduardo Cunha é um fenômeno que o cidadão brasileiro já tínha superado com a redemocratização: o personalismo do PODER. Isso, não se pode admitir. O Poder é o povo, antes, agora e para sempre, em todos os lugares do mundo.
Nas palavras de JÁDER BARBALHO (CUNHA É ‘DITADOR’ E ‘JABUTIS’ NÃO SÃO GRATUITOS, DIZ JADER BARBALHO – (O fato do seu passado político o condenar, não significa que não possa falar a verdade sobre a conduta regimental de EDUARDO CUNHA – João Dias Aragão).
Entendimentos à parte, estou certo que os homens passam, as Instituições ficam.
Saudações democráticas.
João Dias Aragão.
Caro João, seu comentário representa a serenidade e a lucidez que estão faltando neste momento no país. Os fiadores da intolerância e defensores de ditaduras não mudarão mais o curso do Brasil. Nem suas conquistas civis e nem o estado democrático consolidado pelos amantes das liberdades. Abs
Apinajé
2 de julho de 2015 - 19:24Boa noite Hiroshi.
Meu gurú,faltou dizer em seu comentário:”serenidade,lucidez e parcialidade de um petista convicto”.
Eu torço para que você esteja errado.
Precisamos sim mudar o curso do país,se não,o abismo nos aguarda.
um abraço
Apinajé
2 de julho de 2015 - 19:10Boa noite João.
Meu caro conterrâneo,a nobreza está contigo,pessoa boa,complacente com delitos alheios,diria que você é “ave rara”ser em extinção,no país das mazelas onde os fins justificam os meios,falar de Eduardo cunha,(cria de Fernando collor)é fácil,difícil é encontrar adjetivos que o qualifique para ocupar o posto de presidente do parlamento(casa do povo).
Pois bem,me parece ser esse tipo de político endêmico de nosso país,pior,os que um dia foram a esperança de mudança,fizeram o quê? aliaram-se a escória que outrora lhe causaram náuseas.
Para quem acompanha meus comentários,sabe que jamais defendi esse ou aquele partido ou político,defendo sim,atitude,sem importar a sigla.
Na questão da maioridade penal,quis o “destino”que fosse esse cidadão o defensor mor da questão,daí meu apoio a causa.
Ora,se o poder é o povo,como pode a maioria dos parlamentares votarem contra a vontade do povo?
Falar em democracia é fácil,pratica-la,são outros quinhentos,as atitudes anti democráticas de cunha, é o fogo amigo dos “aliados” do PT,como digo sempre o PT é refém de suas escolhas.
Hey!,João,de onde você tirou a ideia que fui militar?sua “Wikipedia”lhe traiu,rs.
Só para encerrar,sua “democracia” é aos moldes de Stalin,Lenin,alguma coisa importada da Albânia talvez. Eu estou mais próximo de um “ditador” aos moldes de “Mikhail Gorbachev”
João,eu milito por um Brasil melhor,sem bandeira que não seja a verde e amarelo,no mais irmão,é vida que segue,certamente temos os mesmos objetivos,vencedores meritosos em um país desigual,mas,cheio de oportunidades para aqueles que ousarem fazer a diferença.
Um abraço meu prezado.
Adevaldo souza araújo
Jesusmar Sousa
1 de julho de 2015 - 21:29O problema é que nem uma coisa, nem outra. Os nossos políticos não investem na educação e não criam maneiras de punir infratores. A coisa vai ficando cada vez mais insuportável.
Apinajé
1 de julho de 2015 - 18:09A presidenta Dilma foi eleita por uma pequena maioria de votos,o país ficou praticamente dividido,quando os eleitores que optaram em votar em Aécio manifestam-se contrário a tudo que aí está,são taxados por simpatizantes do PT,como golpistas,afinal ela foi eleita democraticamente,pois bem,agora,nessa questão da maioridade penal,quando a maioria esmagadora da população é a favor da redução da maioridade penal para crimes hediondos,uma meia dúzia de deputados,sabe-se lá porque votam contra a vontade da população,ora,como devemos chamar isso?se não,golpe.
João Dias
1 de julho de 2015 - 14:54UM SONHO DE LIBERDADE E RECOMEÇO.
Ex-presidiário acredita que: “a prisão é um mestrado para qualquer criminoso e não ressoscializa ninguém.”
Constatação – (isso é fato)
COOPERATIVA DE EX-DETENTOS – Desde que foi formalizada, no dia 7 de maio de 2009, a cooperativa tem apenas motivos para comemorar. Com renda anual de aproximadamente 1 milhão de reais, a empresa reúne hoje mais de 80 colaboradores na produção de móveis, bolas e outros matérias. A empresa também tritura madeira para transformá-la em combustível.
Em quase 10 anos de história, a cooperativa que teve sua fundação atrás das grades, hoje pode ser considerada uma porta de entrada para novos caminhos.
Ao aliar sustentabilidade, engajamento social e empreendedorismo, a Cooperativa “Um Sonho de Liberdade” não recicla apenas madeiras, mas vidas. (isso é fato)
A FORTIORI (no meu entendimento) – Em vez de reduzir a maioridade penal, o governo deveria investir em educação e em políticas públicas para proteger os jovens delinquentes e diminuir a vulnerabilidade deles no mundo do crime.
O Brasil ainda tem 13 milhões de analfabetos com 15 anos de idade ou mais. A redução da maioridade penal só irá afetar, preferencialmente, jovens negros, pobres e moradores de áreas periféricas do Brasil (ou você acha que filhinho de papai, ou melhor, dos parlamentares, vão ser apenados com a redução?) . Esse é o perfil de boa parte da população carcerária brasileira.
Dados estatísticos apontam que 72% da população carcerária brasileira é composta por negros, maiores de 18 anos.
E REDUZINDO PARA MENORES DE 18, que percentual iremos alcançar?
João Dias foi estagiário da Defensoria Pública, inclusive, na área criminal, nos presídios do Rio de Janeiro