O Seminário do Partido Verde, encerrado a pouco em Marabá, definiu que a legenda discutirá a formação de alianças, para a eleição de 2008, baseada em duas restrições: não conversará com setores vinculados à prática da devastação e de cunho ético.

Os prováveis candidatos a vereador ouviram também que aliança para o pleito municipal de outubro não linkará o PV Verde a eleição de 2010.

O Partido Verde tem como meta eleger um deputado federal da Amazônia, preferencialmente do Pará, que possui características de produção totalmente diferente do cenário do Acre, cuja economia extrativista depende fundamentalmente de apanhadores de castanha e de seringueiros.

“Esta área da Amazônia é totalmente diferente daquele Estado. A nossa Amazônia tem um conjunto de indústrias cujo forte da balança comercial é o minério e a madeira, temas que nos obrigam estar em constante estado de discussão”, defende José Carlos, presidente estadual do PV.

Falando especificamente de Marabá, o dirigente deixou claro que qualquer negociação de aliança com pré-candidatos a prefeito necessariamente passa por questões urbanas e ambientais. “Não podemos sentar numa mesa sem debater a questão do engarrafamento da Rodovia Transamazônica, no trevo que dá acesso aos três núcleos da cidade. Impossível pensar Marabá sem discutir as ciclovias e construção de calçadas para pedestres. Estimular outra forma de visão de cidade”.

O seminário bateu muito numa tecla: o Partido Verde existe para defender o Meio Ambiente e elevar a qualidade de vida das populações. Não para dar legenda pra ninguém.

Num rápido bate-papo com o blogger, José Carlos descartou qualquer possibilidade do deputado estadual Deley Santos renunciar à sua pré-candidatura a prefeito de Tucurí, em favor de uma candidatura do Partido dos Trabalhadores -, conforme proposta feita pelo governo do estado. “ A desistência da candidatura do Deley só ocorreria, salvo engano, se significasse um projeto maior do que a própria eleição de um candidato do PV”, disse.

Além de Tucuruí, o PV deverá ter candidaturas próprias a prefeito em Oriximiná (Luiz Gonzaga, ex prefeito), Óbidos ( Mário Henrique) e em Belém (José Carlos ou José Francisco).

Em Parauapebas, a legenda está discutindo uma frente com o PPS e PSB. “A princípio, havia simpatia pela reeleição do Darci Lermen (PT), mas ela praticamente está descartada no rastro dos últimos acontecimentos ocorridos no município. Darci tem demonstrado não ter capacidade para conduzir uma política mais aberta. Diante disso, representantes comprometidos com o desenvolvimento do município tem nos procurado estimulando a constituir outra via -, que não seja Bel nem Darci”, garantiu José Carlos.