No sábado (14), conversando demoradamente com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Tocantins, Junior Marzola, este poster recebeu farto material sobre a movimentaçao do governo do Estado do Tocantins na priorização da Hidrovia Araguaia-Tocantins e da Ferrovia Norte Su. Estudioso dos projetos de logísicas disponibilizados em seu estado, Marzola informa que a não construção da eclusa de Estreito junto com as obras da usina pode acarretar prejuízo ao redor de R$ 2,7 bilhões para os produtores rurais da região.

Dados da iniciativa privada indicam que os custos de uma eclusa representam 5% do valor total das obras de construção da hidrelétrica, se for erguida concomitantemente com a usina. Assim, como a previsão de custos da Hidrelétrica de Estreito situa na faixa de R$ 1,8 bilhões, a eclusa construída simultaneamente ficaria por volta de R$ 94,5 milhões. Se for construída depois, de acordo com análise da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, a eclusa custará quatro vezes mais, ou seja, R$ 378 milhões, causando a diferença um prejuízo de R$ 283,5 milhões aos cofres públicos, o suficiente para se construir 56 mil casas populares no valor de R$ 5 mil cada.

Torrando dinheiro
O presidente da Federação da Agricultura garante, “sem medo de errar”, que o prejuízo com a não construção de eclusa de Estreito ao mesmo tempo em que se edificará a hidrelétrica daria para edificar milhares de habitações. “É que com a diferença de valores entre a obra da eclusa atualmente e após a construção da Hidrelétrica, o Governo Federal poderia construir 56 mil casas populares de baixa renda beneficiando 56 mil famílias, o que equivale a uma população de 224 mil pessoas, praticamente o número de habitantes de Palmas”, caclula.

Iniciativa popular
Ao contrário dos dirigentes paraenses que estão há mais de duas décadas assistindo a novela das eclusas de Tucuruí, sem tomar nenhuma iniciativa prática, Junior Marzola disse que a sua entidade vai lutar para sensibilizar as populações sobre o tema eclusa do Estreito. Além disso, Ação Civil Pública, com pedido liminar, foi protocolada no último dia 13 de Junho pela FAET, distribuída à 1ª Vara da Justiça Federal em Palmas, sob a responsabilidade do juiz federal Adelmar Aires Pimenta da Silva.

Objetivo da Ação
A ação destina-se a suspender as obras da Hidrelétrica de Estreito até que seja definida a construção da eclusa, “resguardando os direitos difusos e os direitos coletivos da sociedade brasileira, especialmente dos moradores dos Estados do Tocantins, Maranhão e Pará, cujas economias estão seriamente ameaçadas diante da não inclusão obrigatória, quando da construção da Hidrelétrica de Estreito, de dispositivo que determine, concomitantemente, a construção de uma eclusa no barramento da hidrelétrica, durante o próprio empreendimento hidrelétrico, deixando à luz de outras análises o assunto, que termina colocando a responsabilidade da obra aos auspícios do Governo Federal em tempo não determinado e dispêndios mais onerosos”.
A ação é contra a União, Ibama, Agência Nacional de Energia Elétrica, Agência Nacional de Transporte Aquaviário, Agência Nacional de Águas, Consórcio Estreito de Energia (Ceste) constituído pelas empresas Companhia Vale do Rio Doce, Alcoa Alumínio S/A, BHP – Billinton Metais S.A, Camargo Correia Energia S.A, e Tractebel Egi South América Ltda.
Show de bola da Federação!