A Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) informa que, sobre a possibilidade de contaminação do Rio Guamá, em consequência do acidente ocorrido no Porto de Vila do Conde, em Barcarena, medidas foram adotadas, a título de prevenção, quanto à regularidade do abastecimento de água na Região Metropolitana de Belém.

A Cosanpa esclarece que o ponto de captação de água do Rio Guamá localiza-se à montante em relação ao local do acidente ocorrido em Vila do Conde, e que apesar da influência das marés, o movimento de resíduos do acidente segue na direção do oceano, como fluxo preferencial inclusive, portanto, em sentido contrário à posição da tomada d’água da companhia no Rio Guamá.

Segundo o setor operacional da Cosanpa, a experiência de operação do sistema de captação ao longo dos anos demonstra, atualmente, baixo índice de influência residual das marés no local da captação. Um dos indicativos usados pela companhia é o acompanhamento diário da salinidade da água captada que, neste período do ano, tem apresentado níveis baixos. Esse indicativo revela baixo potencial de carreamento de resíduos do oceano (Baía do Guajará) em direção ao ponto de captação.

Já em relação à poluição mineral, o óleo lançado nas águas está sendo contido e removido nas imediações do acidente, entretanto, o material residual que tem atingido as margens do Rio Pará e o oceano, pelas razões acima expostas, não devem alcançar a captação de água no Rio Guamá.

Todavia, considerando que a contaminação por óleo é a que merece mais atenção, a companhia informa que a captação do rio ocorre em poço de sucção, a cerca de doze metros de profundidade, o que reduz a níveis baixíssimos a probabilidade de contaminação por eventual ocorrência de óleo no local, tendo em vista que esse produto concentra-se na superfície d’água e não nas profundezas do rio.

Dentre as medidas que já estão sendo tomadas e outras a serem adotadas em caso de alteração da qualidade da água da captação superficial do Rio Guamá, a Cosanpa intensificou o monitoramento da qualidade da água na captação, que teve a periodicidade dobrada, ainda com o apoio técnico do Instituto Evandro Chagas para análise de parâmetros não exigidos ordinariamente pela Portaria do Ministério da Saúde que se refere à qualidade da água; intensificação do monitoramento da qualidade da água nos lagos Água Preta e Bolonha, que também funcionam como lagoas de decantação, contribuindo com a sedimentação de material contido na água captada do Rio; instalação de barreira física de contenção de óleo exatamente no ponto de captação, a fim de reduzir a zero a possibilidade de contaminação por este agente; manobra de captação de água na vazante da maré, onde há expulsão de cargas orgânicas e não orgânicas eventualmente trazidas pela preamar, inibindo a captação de água em condições diversas daquela que ordinariamente é captada; criação de ponto de controle e supervisão quanto aos parâmetros “matéria orgânica” no início do processo de tratamento na Estação de Tratamento de Água do complexo Bolonha e ajuste imediato nas dosagens de produtos químicos para o tratamento de água no caso de acentuada elevação da carga orgânica presente na água bruta.

No que refere ao abastecimento de água derivado de captação subterrânea (poços), a Cosanpa informa que os mesmos não correm qualquer risco de eventual contaminação, em razão de sua profundidade (mais de 200 metros) e suas localizações, sendo a água captada de camadas confinadas (artesiano). Por fim, a Companhia de Saneamento do Pará informa que não há qualquer situação que comprometa a água fornecida à população da RMB, bem como que na eventualidade de alteração o tratamento será adequado à eliminação total de qualquer risco à saúde, a fim de que o produto distribuído esteja em plena conformidade com os parâmetros do Ministério da Saúde.

A Cosanpa está alerta quanto aos eventos decorrentes do acidente em referência e que outras medidas poderão ser adotadas em caso de observação de qualquer alteração na qualidade da água captada.