Anônimo comenta ao post De sonhos e cinismo, subindo a bola do jornal de Belém:
Só no País que foi o último do mundo ocidental a eliminar a escravidão um editorial em defesa da reforma agrária pode ser considerado revolucionário. Como o próprio nome já indica, “reforma agrária” é e sempre será uma bandeira reformista e não revolucionária. Veja que o Público não defende a expropriação da propriedade rural sem indenização de supostas benfeitorias feitas pelos proprietários – o que seria até razoável ante a realidade que vivemos -, mas apenas o cumprimento da Constituição, que diz de forma cristalina que a propriedade deve cumprir a sua função social. Os que hoje criminalizam os sem-terra deveriam refletir sobre o que faria e para onde iria essa massa de desvalidos arregimentada hoje por uma organização social que, bem ou mal, lhes impõe disciplina política e educação de base. Dinheiro público pinga ou jorra na mesa dos grandes proprietários ou das organizações sociais, conforme o caráter do governo que controla a Nação. O fato é que as organizações sociais contestam o status quo, incomodam as classes abastadas, logo, precisam ser mantidas “nos marcos da lei”, enquanto os ricos concentram as terras, o poder político, a renda e as riquezas do País. Não precisa ser revolucionário para entender isso. Basta ser inteligente e sensível. E o Público, modéstia a parte, expressa a opinião dos que compreendem o Brasil como uma Nação e não como uma ação entre amigos.