Considerações sobre carinhos
Uma namorada, Silvana Sampaio, me adorava fazer cafuné. À noitinha quando em sua casa chegava, e ela a me esperar na varanda, cultivava o hábito de me deleitar com um gostoso cafuné de menina de 15 anos. Dos dengos femininos, ou historicamente femininos, o cafuné é o que mais me faz falta.
Pior é que ninguém mais parece saber fazê-lo, não sei se por causa da pressa dos dias atuais. Estamos precisando de tempo e devoção para a delicada missão de esfregar a ponta do dedo na cabeça de quem se gosta.
Antes de Silvana, tinha dona Tonica, minha vovó gostosa. Enquanto tragava seu pau-ronca na soleira da antiga casa da rua marechal Deodoro, hoje Orla Sebastião Miranda, em frente ao rio Tocantins, deitava minha cabeça sobre o colo dela para as sessões rotineiras de cafuné.
Deveria haver um curso obrigatório no seio das famílias para ensinar o mais nobre dos gestos de carinho e delicadeza. Ou então que se abrise pelas cidades casas especializadas em cafuné com direito de cada uma cobrar o trabalho por hora contratada. Importante é devolver as mãos às nossas cabeças carentes.
“Tem certos dias quando eu penso em minha gente”, a vontade do cafuné se acende. Puro filme de Kurosawa. Arrepio no cangote.
Olha, anônimo das 10:35, teu propósito tem algum conteúdo, mas o capetinha particular e perverso que cochicha do lado da minha cabeça indaga: “Será que o Tião vai gostar?”
Eu não tenho nada com isso, mas é bom ter cuidado com essa história de campanhas em Marabá.
Repara como estão à míngua os professores e outros – ô raça! – que resolveram fazer campanha por melhor salário e por um tal vale-refeição, previsto na Lei Orgânica do Município, mas que é de extremo mau gosto porque envolve esse negócio de pobre querer comer.
Onde já se viu?!!!
Então vamos lançar uma campanha: “Faça um cafuné em quem você mais gosta”.
Ei menino…estou em reconstrução…agora já mais calma…
Perdoa-me o comentário anterior.
Pode falar de flores sim…de mar…da lua…dos cafunés da vida..
Beijos.
Só para os esclarecimentos, agora que estou participando da conversa, sobre um dos “pecados”.
E, em entre cafunés, quem está mais abandonada aqui sou eu.
Mandaram-me vírus que estou tentando salvar máquina, arquivos, além do desespero de não dar tempo para o compartilhamento de minhas informações.
Coisa de gente ruim. Estou no outro computador. A primeira providência foi excluir o blog e depois trocar senhas…em tudo.
Então, não me fales de flores…porque só tenho espinhos…
rsrsrsrs
Beijos menino…e boa noite.
Menina.
Cafuné é a afeição mais profunda e sincera que se possa sentir. Eu desabo quando me fazem cafuné. Queria que fizesses em mim, Hiroshi.
Antes que a gente se enverede ao sono dos desaventurados com tantos cafunés e licutes, me liga com urgencia. Nesta segunda temos que acertar aquele lance do vídeo, com URGENCIA.
Não salvei teu número naquele dia.
Abs
Meu caro senhor:
cafuné é coisa de português escravagista, com todo respeito.
Eu, preto velho, sou chegado a um licute, agrado que não se restringe apenas à cabeça de cima; aparreio danado de bom, farnizim da ponta do dedão à raiz dos cabelos; frisson na nuca e arrepios no mucumbu.
Cafuné é coçar bicho-do-pé. Licute é bicho de pé, bem em pé,bem em brasa, açoite de feromônio, lapada em riba da maçã do peito, e o diabo que se dane. Ai!