Abri a Carta Capital pra ler a matéria na qual o repórter Leandro Fortes mostra quem é a família Serra, moralmente abaixo de qualquer referência, conforme atesta Mônica, a filha do candidato tucana.

Não cheguei até a entrevista da sempre super informada Hildegard Angel concedida à revista.

Quem deu a dica foi o professor Alan.

Imperdível, sob todos os aspectos, o pensamento da colunista mais antiga do país, o remelexo que ela faz sobre figuras importantes da República.

Maravilhosa imagens ela constrói, ao falar de Lula e Dilma.

Num dos trechos, quando descreve o tipo preconceituoso de alguns ricaços brasileirosquando se referem a Lula:

                       – O rico do passado, da herança, do aluguel, muito apegado a tradições, a sobrenome. É, na maioria, uma elite não produtiva. Porque a elite produtiva, o homem que emprega, que gera progresso, desenvolvimento, não deixa de aplaudir o Lula. Mas, às vezes, a mulher deste homem não aplaude… Diplomatas aposentados também têm preconceito com Lula. O Itamaraty sempre foi o filé mignon do serviço público brasileiro, pela cultura, pela erudição, pelo savoir faire. E a política externa atual vai na contramão disso tudo. Esse é um segmento social que rejeita o Lula, o dos punhos de renda.

Mais adiante, emociona quando explica por que vai votar em Dilma:

                   – Ela estava sendo tão massacrada que achei ser o momento de me posicionar. Era um bombardeio de e-mails, de sobrenomes coroadíssimos, atacando a Dilma. Começaram denegrindo pelo físico, que ela era feia, horrorosa, megera, medonha. Aí ela ficou bonita e não puderam mais falar. Então começaram a atacar a parte moral, que ela é assassina, terrorista, ladra. Isso é um reflexo da impunidade. Enquanto não colocarmos nos devidos lugares os que foram responsáveis pelas atrocidades da ditadura, eles vão se sentir no direito de forjar uma realidade inexistente, de denegrir nossos mártires, nossos heróis.

Hildegard reconhece existir ainda preconceito de classe no país:

                – Cada vez menos, mas tem. O que Lula sofre é preconceito de classe, mas está sendo superado por ele mesmo. Essa possível vitória da Dilma mostra que não é só o povão, não só aqueles que melhoraram de situação. Tem muito rico pensando diferente, saindo do casulo, desse gueto de pensamento.

Divertidíssimo quando a sexagenária colunista confirma a posição próSerra da jornalista Miriam Leitão, certamente a mais serrista dos serristas da Grande Imprensa:

               – Ah, a Miriam Leitão também faz (campanha pró-Serra) … É comum o colunista ter afinidade com o veículo e ter uma linha de raciocínio que vai ao encontro da dele e ao meio em que convive. O Giobbi (jornalista também serrista, do Estadão) é uma pessoa estimadíssima na alta sociedade paulistana, não é visto nem como jornalista, é visto como “da turma”. A Mônica Bergamo (Folha de São Paulo) não é vista como uma “da turma”. O Giobbi é um do time, então raciocina de acordo com seu time.

O bom mesmo, é o leitor dá uma clicada neste link pra ler o conteúdo pleno da entrevista.