Internado desde 15 de janeiro, o  cantor, compositor e biomédico Alcyr Guimarães morreu aos 66 anos de idade neste domingo (9), na UTI do Hospital Guadalupe;

O artista estava entubado e .e desde a sexta apresentava um quadro de parada de funcionamento dos rins e infecção generalizada.

A confirmação do falecimento veio por meio de uma nota, publicada no Facebook, por sua irmã.

Quando buscou atendimento médico, na primeira quinzena de janeiro, Alcyr Guimarães havia sofrido um infarto sem perceber.

Ele estava com artérias entupidas e apresentava complicações no sistema respiratório e diabetes melitus.

Zildinha Sequeira, irmã de Alcyr, acompanhou de perto a situação enfrentada pelo artista.

Alcyr Guimarães Sequeira, nascido em Belém em 29 de agosto de 1953, lecionou na Universidade Federal do Pará (UFPA) e atuou como pesquisador da Organização Mundial da Saúde (OMS), no Projeto Mefloquina.

Ele notabilizou-se como compositor e músico.

Tocava cavaquinho, banjo, violão, piano, gaita, contrabaixo, viola, bandolim, guitarra e tamborim. Quando adolescente, foi jogador de futebol, tendo iniciado a carreira de jogador profissional na base do Clube do Remo. Ele jogou pelo Internacional (RS) nos anos de 1970 e 1971. Foi radialista e apresentador de telejornal.

Teve como parceiro musical o compositor Vital Farias.

Alcyr Guimarães tocou com artistas da estatura de Sivuca, Hermeto Pascoal, Geraldo Azevedo, Jorge Aragão, Paulinho da Viola, Emílio Santiago e Marquinho Sathan.

Com mais de 500 composições autorais, entre sambas, sambas-enredo, xotes, boleros, salsas, valsas e rumbas, Alcyr chegou a gravar 26 discos no Brasil, três na Alemanha e dois na Holanda, além de dois DVDs na Inglaterra.

Apresentou-se na Europa e em alguns países da África, onde tocou com a cantora Cezaria Evora, na Cidade de Cabo Verde.

Alcyr Guimarães integrou o Manga Verde, um dos primeiros grupos de samba de Belém, participou da criação do Arraial do Boi Pavulagem, sendo ainda destaque no carnaval local como compositor da escola de samba Rancho Não Posso Me Amofiná.

Entre 1965 e 2001 lançou vários discos, entre os quais “Alugado”, “Santarém”, “Oficina”, “Manga verde”, “Festa de boi no céu”, “Curriculum”,  “Rio”, “Portal de vida”, “Ecos”, “Frutos”, “Amizade”, “Lendas”, “Amazônia”, “Mestre Calafate”, “Íntimo”, “Tempo de flores”, “Postais”, “Magia das marés”, “Marapanim” e “Olê, olá Belém”.

Em 2002 lançou os discos “Rede de sonhos” e “Cercas e quintais”, no qual interpretou diversas composições de sua autoria: “Navio dos cabeludos”, “Meninos do Barreiro” (c/ Walmir Matos Júnior), “Meretriz” (c/ Manoel Cordeiro), “Somente eu” (c/ Adamor Ribeiro), “Singela” (c/ Vital Faria) e “Mala e cuia”, também em parceria com Vital Farias e com a participação especial do parceiro. No ano seguinte lançou o disco “Minha alma popular”.

No ano de 2004 lançou o CD “Cantigas para gente e Passarinho”. Neste disco, interpretou “Varanda” (c/ Almirzinho Gabriel e Manoel Cordeiro), “Colibri”, “Pequena ópera da Amazônia” e “Boi de estrela”, além de incluir uma composição de autoria de Vital Farias intitulada “Cantiga de índios e caboclos”.

Em 2005 lançou o CD “Janelas”, no qual interpretou diversas composições de sua autoria, entre elas “O bom ladrão” (c/ Edgar A Proença), “Asa e canoa”, “Rendez-vous”, “Ladrão de galinha”, “Alugado” (c/ Beka), “Devagarinho mar-a-abaixo”, “Curriculum”, “Postais”, “Ausência”, “Meu filme francês”, “Data-venia” (c/ Adilson Ancântara) e “Pequena cantiga de bom dia”. Recebeu comenda como Patrimônio Cultural do Estado do Pará.

No ano de 2015, ao lado de Aninha Portal e Evandro Barcellos, foi um dos convidados da roda de samba “Terapia Popular”, projeto criado e comandado pelo compositor Roberto Serrão, apresentado no bairro de Botafogo, no Bar Chopp Time, acompanhados pelo grupo Terapia Popular, integrado por Diogo Cunha (violão 7 cordas); Amendoim SP (cavaquinho); Zé Carlos (percussão) e Luiz Carlos (percussão). Neste mesmo ano lançou o 35º disco intitulado “Todas as cores”.