Texto de  Plínio Pinheiro Neto (*), colaborador deste blog, para publicação exclusiva:

A  Eleição e os Candidatos 

Todas as noites centenas de candidatos aos mais diferentes cargos eletivos, invadem a privacidade do eleitor através da televisão, apresentando, alguns, propostas absurdas e inexeqüíveis e, quase sempre, incompatíveis com as atribuições dos cargos que postulam. Há um completo desconhecimento da função a ser exercida e o candidato julga-se um super – homem ou super – mulher, capaz de atuar na esfera estadual e federal ao mesmo tempo, como portador de uma varinha mágica que lhe permitirá, em um toque, solucionar todos os problemas. Também, o eleitor se deixa levar por motivações superficiais, por análises distorcidas e o que é pior, por interesses pessoais, quase sempre muito pequenos e insignificantes, se cotejados com a realidade dos problemas sociais do Estado e do País e das suas próprias necessidades.

Outro problema sério e que tem se agravado muito nos últimos tempos é o da honestidade e, embora tenha surgido a lei da ficha limpa, é mais do que certo que alguns dos mais persistentes freqüentadores das páginas policiais serão eleitos e reeleitos, pois o eleitor não se preocupa em analisar o caráter, a personalidade e a vida pregressa dos candidatos.

Analisando-se a palavra CANDIDATO, vê-se que sua raiz provém de CÂNDIDO (do latim candidactus) isto é, vestido de branco, ou seja, PURO, INOCENTE. Os gregos e os romanos tinham o costume de vestirem os seus candidatos a cargos públicos com uma túnica branca e sem bolsos, para demonstrar a sua limpidez de propósitos e o desapêgo pelos bens materiais, incapazes de se aproveitarem dos dinheiros do povo. É chegado o momento de voltarmos aos primórdios da democracia e nos conscientizarmos de que devemos repudiar, na eleição de 2010 e em todas daqui por diante, os compradores de votos, os flibusteiros da política, que se aproveitam da necessidade alheia para dela fazerem trampolim para o alcance de suas pretensões egoísticas, comprando o voto por quinquilharias e passando os quatro anos de mandato refestelando-se nos divãs do poder, esquecidos dos inocentes úteis que para lá os conduziram.

Analisar a qualidade do candidato é indispensável. A sua estrutura moral, o seu passado no trato das coisas públicas e o seu comportamento como cidadão, devem ser crivados. Votar, só nos que tiverem limpidez de propósitos, eleger, só os que respeitam o dinheiro público. Este é o caminho. O único e verdadeiro caminho que levará ao desenvolvimento e à solução dos problemas básicos que afligem o povo.

Fora disso, não há solução!

(*) Plínio Pinheiro Neto, advogado e ex-deputado estadual.