A ida a Brasília de diretores do Sindicato Rural de Redenção pedir ao governo intervenção federal no Pará é piada de mau gosto. Pura provocação tentar retinir a corda sem ter consciência para qual lado ela vai quebrar.

Se há demora nas ações policiais para o cumprimento das reintegrações de posse, isso é perfeitamente indiscutível. Só que o Estado já promoveu diversas operações no interior das propriedades, retirando invasores que posteriormente voltaram a ocupá-las. Esta semana mesmo, cerca de 450 homens estão no Sul operando cuidadosamente o desmonte de acampamentos em terras alheias. Somente na segunda-feira, cerca de 130 pessoas foram presas em Santa Maria das Barreiras, num balanço sem precedente favorável ao Estado de Direito.

Durante doze anos de domínios tucanos, o cenário foi o mesmo. Ou pior. Quantas vezes dirigentes de sindicatos dos produtores reuniram-se para achincalhar, intramuros, Almir Gabriel e Simão Jatene… Foram várias! O poster chegou, inclusive, a assistir a alguns encontros permeados de choradeira e raivosas acusações contra “os governantes de esquerda atrelados ao MST”, diziam.

Aos desavisados, é sempre bom lembrar: o regime militar acabou exatamente quando o povo brasileiro voltou a eleger seu Presidente da República pelo voto livre da democracia. A extemporaneidade do arbítrio cheira que nem carne podre de restos de burrego deixados pelo carcará na imensidão do pasto.