Um homem de 28 anos foi preso durante uma operação que investiga furto de gado em várias propriedades rurais da região sul do Tocantins. De acordo com a Polícia Civil, ‘Gordinho’, como era conhecido, seria o chefe da quadrilha. Para ter ajuda de funcionários das fazendas invadidas, o homem fazia amizade com vaqueiros e prometia pagá-los com parte do lucro que conseguia com a venda dos animais furtados.

O investigado foi localizado e detido nesta quinta-feira (5), em Uruaçu (GO), durante a operação ‘Apolo’, da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR).

Ele deve ser recambiado para um presídio de Gurupi.

O homem seria o “mentor intelectual de um grupo de pessoas que, há anos, vem cometendo diversos furtos de cabeças de gado”.

Segundo a polícia, crimes comandados por ‘Gordinho’ já foram registrados em Gurupi, Figueirópolis, Alvorada, Cariri e Formoso do Araguaia.

O delegado Rossílio Correia explicou que a quadrilha sempre tinha ajuda do vaqueiro da fazenda furtada. O grupo procurava agir em propriedades com grande número de cabeças de gado e pouco controle na contagem. Quando os donos descobriam os furtos, já haviam se passado dias ou meses.

Durante as investigações, que começaram há meses, foram encontradas conversas que mostram o planejamento e execução de crimes na região.

A última atuação da quadrilha foi em uma fazenda de Figueirópolis. Segundo a polícia, a quadrilha contou com a ajuda do vaqueiro da propriedade vizinha para 33 animais de um fazendeiro. O dono estava viajando quando o crime aconteceu. O funcionário confessou a participação no furto e entregou os comparsas no crime.

Durante a operação foram identificadas cinco integrantes do esquema criminoso, sendo um morador de Gurupi, um de Cariri, um de Figueirópolis e dois em Alvorada.

‘Gordinho’ já possuía, na ficha de antecedentes criminais, processos por furto de gado. Ele será indiciado por furto qualificado e formação de quadrilha.

As investigações apontam que ‘Gordinho’ sempre coordenava as ações criminosas. “Antes de furtar o gado, o chefe do grupo fazia contato e amizade com funcionários de fazendas e se comprometia a pagar um percentual do gado a ser furtado, que girava em torno de 30% a 40% do total do valor dos animais”, explicou o delegado Rossílio.

O grupo ainda escolhia um dia chuvoso e uma data em que o proprietário não se encontrasse na fazenda e, com a ajuda do vaqueiro, que se tornava comparsa, colocavam o gado furtado no curral da própria fazendo ou da área de um vizinho.

Depois que os animais estavam separados e presos, ‘Gordinho’ entrava em contato com um caminhoneiro que transportava o gado. Depois, com uso de notas fiscais falsas, os animais eram revendidos a receptadores da região.

Também foi apurado que muitos animais furtados eram revendidas em um açougue de Gurupi.