Presidente do Sindifisco, Sindicato  dos Servidores do Fisco do Estado do Pará, Charles Alcântara respondeu agora há pouco ao teor de um comentarista anônimo,  que fez  críticas à atuação do sindicalista:

 

Prezado Hiroshi,

Além de ter lavrado autos de infração, termos de apreensão e de ter comandado operações que resultaram em arrecadação de receitas para os cofres públicos, jamais me locupletei, jamais pedi, aceitei ou exigi propina, jamais achaquei contribuintes, jamais me beneficiei e jamais desonrei as funções públicas que exerci ao longo de mais de 27 anos de serviço público.

Jamais, Hiroshi, deixei de viver única e exclusivamente do fruto do meu trabalho honesto.

Jamais deixei de viver única e exclusivamente do dinheiro que consta no meu contracheque.

Respondida a provocação, seria de esperar que o anônimo tivesse a dignidade de revelar-se, mas sei que seria esperar demais de quem assim procede.

Penso, se me permite, que quem preza pela moralidade não precisaria esconder-se no anonimato.

E não me venha o anônimo com a aquela velha cantilena de dizer que o faz para evitar retaliações ou para preservar-se, pois estou eu aqui a enfrentar essa imundície contida na mensagem apócrifa subscrita por um sujeito oculto, que nem merece resposta.

Mas a respondo, Hiroshi, em respeito aos teus leitores, não por merecimento desse tal que diz prezar pela moralidade.

Sei que a luta empreendida pelo Sindifisco contraria interesses de grande monta (e ponha grande monta nisso), mas também sei que isto faz parte da causa que resolvi abraçar.

Há um sábio ditado que nos indaga: Queres arranjar inimigos? Tente mudar alguma coisa.

Pois é, arranjei inimigos.

Mas veja você a qualidade dos inimigos que arranjei.

Então, resta-me a seguinte parábola, que parodia outro sábio ditado: dize-me quem são os teus inimigos e te direi quem és.

Quanto ao desvio de função, aguardo, com parcimônia, a apuração que está sendo feita pelo Ministério Público.

Um cordial abraço,
Charles Alcantara