Matéria abaixo foi publicada originalmente em O Liberal.
Convertida à Assembleia de Deus há três anos, Carolina Marques, de 26 anos, vem fazendo sucesso com a ConSensual, uma loja de sex shop destinada ao público evangélico. As informações são do G1.
“Me chamavam de crente do rabo quente, meu marido falou que não sabia se ia dar certo, por sermos cristãos, mas eu sabia que a marca teria um propósito”, diz ela sobre o negócio, que procura trazer uma estética mais sóbria e nomes mais lúdicos aos produtos. “Não tem como vender produtos chamados ‘ppk louca’, ‘ ‘vai fundo’, isso assusta esse público, pode acabar afastando”, continuou.
Mesmo com o objetivo de quebrar o tabu sexual entre os casais convertidos, a empresária, no entanto, declara que prefere não focar em produtos eróticos tradicionais e itens para sexo anal.
“Dentro do meio cristão, a região anal é vista como uma área fisiológica. Tanto que não existe ali lubrificação natural. A mulher engravida a partir da penetração na vagina, aquilo já foi feito para isso”, diz.
Com um público 95% feminino, a Love Store, como ela prefere que chame o empreendimento, muda a ideia de ‘julgamento’ e traz conforto para as clientes, já que elas se sentem acolhidas por outra mulher evangélica. “Tinha medo de ser julgada. Produtos íntimos, até onde apresentavam pra mim com naturalidade, eram produtos de higiene. Em uma sex shop normal, me sentia atacada de informação, imagens apelativas, próteses de genitálias na nossa cara durante o atendimento”, diz uma das clientes da ConSensual.
Para outra mulher, cliente da Loja Memórias da Clo, da empresária Andrea dos Anjos, frequentadora da Igreja Batista, o setor erótico gospel abre as bortas para o relacionamento sair da rotina. “Mudou muito o meu casamento, com toda certeza, não é porque somos evangélicas que também não podemos usar umas coisinhas, né?”.