Este irrequieto blogueiro acaba de ler matéria em veículos da região dando conta de que a Vale está anunciando, para os próximos dias, a inauguração do Centro Cultural de Parauapebas.

Uma obra, certamente, de vulto – e necessária para o desenvolvimento dos movimentos culturais locais.

Só que a forma como a mineradora faz o oba-oba leva a etiqueta de uma parceria com a comunidade.

Em outras palavras, a Vale faz parecer que ela entrega o bem por exercício de responsabilidade social.

E não é nada disso.

Os recursos  usados na construção do CCP foram provenientes de uma condenação imposta à mineradora pelo então juiz da Justiça do Trabalho de Parauapebas, Jôanatas Andrade, que hoje atua na vara de Marabá, no valor de R$ 300 milhões.

Ou seja, a Vale lesiona o tecido social e ainda quer se cacifar com a promoção da reparação.

Só para lembrar o caso.

Em março de 2010, a Vale foi condenada pela Vara do Trabalho de Parauapebas, no Pará, a pagar R$ 100 milhões por danos morais coletivos e mais R$ 200 milhões por dumping social.

O juiz Jônatas Andrade acatou, àquela época,ação do procurador José Adilson Pereira da Costa do Ministério Público do Trabalho contra a empresa por considerar que a mineradora  estava lucrando indevidamente sobre a exploração indevida de seus empregados e prestadores de serviço na região da província mineral de Carajás.

Condenada, a mineradora foi obrigada a construir o Centro Cultural, usando parte do valor  estabelecido na sentença.

É isso.

E, bem vindo,Centro Cultural de Parauapebas (fotos)