Enquanto o Congresso Nacional senta a bunda no projeto de Lei Complementar 122/06, postergando a criminalização da homofobia, somos obrigados a ler na imprensa coisas do tipo:

Homem que tem ciúme do outro é viadagem. E eu não trabalho com homossexual, não tenho viado no meu elenco. Eu trabalho com homem.

A declaração é do técnico do Goiás, Hélio dos Anjos, homófobo padrão dos gramados, reforçando o cenário de forte preconceito existente no meio futebolístico.

Assim como entre os evangélicos, a maioria dos profissionais do chamado “esporte pra machos” está sempre a fazer declarações similares. E aí entram, salvo as sempre aplaudidas exceções, jogadores, treinadores, área jornalística especializada, e, o que é pior, a torcida.

Agora mesmo em julho, o Mineirão foi palco de outro vergonhoso caso de homofobia no futebol brasileiro, quando o jogador do São Paulo Richarlyson, nem bem entrou em campo, tornou-se alvo da torcida do Atlético MG que passou a chamar o jogador de ‘bicha’ em todos os lances ou faltas em que ele se envolvia.

Poucos veículos, raros até, repercutiram o caso como deveria. Alguns radialistas trataram a questão como “paixão clubística” de torcedor.

É o caso de considerar que a mídia esportiva no Brasil rejeita o racismo, tolera a homofobia e incentiva a xenofobia.

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