Defender o direito de publicar, sejam quais forem as consequências, é uma coisa; mas “tornar sagrado” um jornal satírico que ataca com frequência aqueles que são vítimas de uma islamofobia galopante é tão insensato como justificar os atos de terror de que foi vítima. Alimentam-se mutuamente.

Leonardo Boff declarou em seu blog pessoal:

“Uma das defesas comuns ao estilo do Charlie Hebdo é dizer que eles também criticavam católicos e judeus…
Se as outras religiões não reagiram a ofensa, isso é um problema delas. Ninguém é obrigado a ser ofendido calado.

Mas isso é motivo para matarem os caras!? Não. Claro que não. Ninguém em sã consciência apoia os atentados. Os três atiradores representam o que há de pior na humanidade: gente incapaz de dialogar. Mas é fato que o atentado poderia ter sido evitado.

Bastava que a justiça tivesse punido a Charlie Hebdo no primeiro excesso, assim como deveria/deve punir a Veja por suas mentiras. Traçasse uma linha dizendo: “Desse ponto vocês não devem passar”.

 

O que aqui está em causa é algo mais do que uma sátira.

Todos nós temos a liberdade e a obrigação de dizer que somos contra ou a favor do estilo de publicação da revista francesa.

Nossa imprensa conservadora, que tanto defende a liberdade de expressão, não aceita opiniões contrárias e passa como um rolo compressor por cima de quem se atreve a contrariá-la.

Várias pessoas e personalidades mundiais se declararam contra o estilo agressivo da Charlie Hebdo, entre elas o Papa Francisco. O pontíficie condenou veementemente os ataques terroristas ocorridos em Paris e externou, com toda cautela, que deve haver um limite para a liberdade de expressão. (leia aqui)

” Tanto a liberdade de expressão como a liberdade religiosa “são direitos humanos fundamentais.Temos a obrigação de falar abertamente, de ter esta liberdade, mas sem ofender. Cada um tem o direito de praticar sua religião, mas sem ofender e considerou uma “aberração” matar em nome de Deus.” disse o Papa.

Após essa declaração, a imprensa brasileira, na verdade, um grande cartel (Globo,Veja,Estadão,UOL,etc…) resolveu abrir guerra contra o Papa  através de matérias sensacionalistas .

Títulos com mensagens “subliminares” tentam induzir o leitor a desenvolver uma espécie de “repulsa” pelas palavras do pontífice.

Veja alguns exemplos abaixo e reflita:

Papa

 

Papa

Papa

Papa

Papa

 

Papa