“Carta Aberta” enviada pelo Sintepp-Marabá com pedido de publicação:

 

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CARTA ABERTA A TODOS OS FILIADOS DO SINTEPP SUBSEDE MARABÁ

 

O ano de 2013 iniciou com mudanças no Brasil inteiro devido o último processo eleitoral ocorrido em todos os seus mais de 5.500 municípios da federação, algumas destas mudanças estão soando como pequenos avanços em várias cidades, enquanto que em alguns municípios estão refletindo como um verdadeiro RETROCESSO. A população é a grande massa atingida que sofre diuturnamente pela falta da implementação de políticas públicas a seu favor, vivendo assim com salários achatados, sem saúde digna, sem acesso a transporte, lazer e cultura. A cidade de Marabá também está inserida neste processo, é a segunda cidade mais violenta do Brasil, com uma série de problemas sociais e com uma política de expansão desordenada que gera déficit habitacional e consequentemente ocupações de terras mediadas através de muitas lutas na justiça.

No governo de Maurino Magalhães (PR), o qual foi eleito em 2008 com aproximadamente 50% dos votos, tivemos uma das piores administrações deste município. Tudo iniciou com a terceirização da coleta do lixo em Marabá, administrada pela Leão Ambiental, da Merenda Escolar, sob a responsabilidade da EB alimentos e dos laboratórios de Informática, implantado pela Brasil online; a Crise no Funcionalismo Público Municipal com atrasos de salários, falta de carreira, condições mínimas de trabalho e os atrasos do Visa Vale; o problema histórico dos trabalhadores que atuam no setor de apoio que há anos lutam pelo adicional de insalubridade; a criação de novas Secretarias e novos cargos comissionados que sobrecarregaram ainda mais os cofres públicos, entre outros aspectos e problemas que não foram solucionados, bem como os que foram gerados por essa falta de administração do próprio Governo de MM.

 

Seguindo essa linha dos fatos, a população por estar descontente com o ex-prefeito MM acabou elegendo João Salame (PPS/PMDB/PT e etc) que ganhou as eleições em cima de uma plataforma de campanha que prometeu estabilizar a máquina pública mergulhada na crise social e econômica, uma vez que o próprio prefeito eleito oficializou perante a imprensa ter recebido os cofres públicos com vários rombos e desvios de dinheiro, superfaturamento, mensalinho pago a vereadores e etc. Perto de completar quase dois meses de governo, o JS conclama toda sociedade e o conjunto do funcionalismo público municipal para fazermos, segundo ele, mais sacrifícios para estabilizar a economia do município. Por trás desta cortina de crise, o atual governo apresentou aos trabalhadores um pacote de medidas de austeridade, propondo rever grande parte dos avanços obtidos até aqui, tais como: as alterações no projeto de Lei que regulamenta nosso PCCR (redução mestrado, doutorado, extinção do cargo de vice-diretor, redução de gratificações). Por outro lado, o governo que fala tanto em austeridade, continua mantendo os mesmos cargos comissionados criados no governo anterior e pior ENTREGANDO NA MÃO DOS VEREADORES O GERENCIAMENTO DA CONTRATAÇÃO DE TRABALHADORES NA EDUCAÇÃO. Segundo o governo, a maioria dessas conquistas, fruto das greves, paralisações e das elaborações nas mesas de negociações permanentes, não passa de acordos firmados no governo passado (MM) sem nenhuma realidade com a situação financeira de Marabá. É importante lembrar, que a política de austeridade do Governo JS não foi veiculada em nenhum momento em sua campanha eleitoral, convertendo assim sua plataforma de campanha em uma mera falácia de quem somente queria ser eleito, pois até Carta compromisso com a Educação JS assinou, se comprometendo em valorizar os profissionais em educação no seu governo, com mais 50 pontos enumerados, datada e distribuída no dia 15/09/2012 em debate na câmara dos vereadores promovido de forma pioneira pelo SINTEPP DE MARABÁ.

Os governos em geral para continuar aplicando a lógica de arrocho nos salários dos trabalhadores discursam que representam mudanças, porém ao chegar ao poder se utilizam das leis tributárias para não conceder mais avanços na vida dos trabalhadores, criando com isso um sentimento de traição perante toda a sociedade.   Temos certeza que membros do SINTEPP, que foram dirigentes históricos dos movimentos sociais e do campo sindical, foram embebidos pelos mesmos sentimentos de mudança e de melhorias prometidas pelo candidato João Salame em sua campanha e, exatamente por isso, decidiram compor os quadros do Governo, pois assim como grande parte de nossa categoria, eles também acreditaram numa proposta de mudança e de valorização. Com isso nossas datas-bases, campanhas salariais, greves e paralisações, que são decisivas na vida de milhares de trabalhadores que lutam por condições dignas de trabalho acabam ficando sem o apoio destes camaradas, o que acaba enfraquecendo a nossa luta. Por outro lado, não há nenhuma regulamentação dentro das entidades sindicais em todo o nosso país que obrigue os dirigentes a se manterem ocupando cargos para sempre no SINDICATO e jamais deverá existir, pois essa questão é uma decisão pessoal de cada indivíduo, bastando serem utilizadas as orientações Estatutárias que regulamentam suas entidades, evitando assim que os dirigentes fiquem com um pé no governo e outro no sindicato. Nesse sentido, apesar deste fenômeno que está acontecendo em todo estado nas diversas entidades que representam os trabalhadores, reafirmamos nossa resolução de manter nossa entidade sindical no caminho das lutas dos trabalhadores em educação, com total independência e autonomia política frente a qualquer governo. Somos oposição aos governos municipal, estadual e federal, pois aplicam diariamente a lógica mercadológica neoliberal na educação voltado ao viés quantitativo, enquanto que nós lutamos pela qualidade e pela valorização dos trabalhadores em educação e seu reflexo no conjunto da sociedade. Propor redução nos direitos conquistados com tanta luta e tanto suor é um ato de traição contra nossa categoria. Portanto, no que pesam as oposições desesperadas dos grupos que agora estão fora do PODER, cabe a nós ratificar nosso compromisso com a luta de nossa categoria, com a UNIDOS PRA LUTAR vamos responder esse novo governo com muito mais luta e oposição que os demais já enfrentaram. Para tanto, vamos estar dia e noite em nossa base, informando e conclamando a todos para fazer frente a essa postura de austeridade equivocada do novo Governo Municipal de Marabá.

 

Nós não vamos pagar nada!

 

A Coordenação