Alguns frigoríficos de Castanhal, nordeste do Pará, estão vendendo carne bovina até 40% mais cara, devido aos reajustes observados nacionalmente. Com o valor em alta, pequenos comerciantes temem o desabastecimento. Na cidade, açougues estão fechando as portas e tem frigorífico demitindo funcionários.

De acordo com os empresários, a dificuldade é encontrar gado para comprar e abastecer o estabelecimento. A tradicional carne de sol vendida em Castanhal, por exemplo, também está mais cara. O preço subiu de R$ 8,00 para R$ 42,00.

Com os reajustes, o consumo de carne bovina caiu na região. Uma das consequências dessa crise é o desemprego. Cerca de 200 pessoas foram demitidas de um dos maiores frigoríficos da região. O município de Castanhal conta com quatro frigoríficos e mesmo assim não consegue atender a demanda atualmente devido ao preço.

Nesta segunda-feira (2) o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão, informou que as exportações de carne bovina aumentaram 45% em novembro deste ano, em comparação ao mesmo mês em 2018.

Segundo Brandão, o valor das vendas externas de carnes bovinas avançaram para US$ 756 milhões em novembro deste ano, alta de US$ 235 milhões em relação ao mesmo período do ano passado, que registrou US$ 521 milhões em vendas desses produtos.

A maior procura da China pelo produto e a estiagem ao longo do ano no Brasil contribuíram para o aumento do preço da carne vermelha no mercado interno.

Pela primeira vez na história, o preço da arroba do boi gordo ultrapassou os R$ 200.

Para o consumidor final, o preço, em média, aumentou cerca de 35% de janeiro a novembro.