Um mês atrás o blog expôs a movimentação do Movimento do Atingidos por Barragem (MAB) voltada para ocupar o canteiro de obras das eclusas de Tucuruí. O Exército reagiu, cinco dias depois, desmentindo em nota a existência de indícios do movimento radical mesmo diante da mobilização de militares em torno da Barragem.
Ontem, agora sob a sensata liderança de Euvanice Furtado, 300 integrantes do MAB ocuparam as obras reivindicando uma pauta mais do que justa. O nó da questão é o valor sem-vergonha de apenas R$ 8 mil que a Eletronorte se dispõe a pagar a cada família inserida no espaço a ser alagado pelo canal do elevador fluvial, que exigia até bem pouco tempo R$ 30 mil mas agora briga por R$ 60.
Em sua relação com os alagados do entorno de Tucuruí, ao longo dos anos a Eletronorte sempre levou a melhor usando a tática do cansaço. Sabe que cada morador da área é pobre, portanto, sem fôlego suficiente para digladiar com o tempo -, porque os efeitos no organismo da miséria matam a resistência dos pacientes.
A história se repete. As pobres famílias aguardam há dias respostas da empresa estatal que faz ouvidos de mercador. Provoca. E o resultado está aí.