Iniciadas semana passada, as obras  da usina de Belo Monte estão atraindo mão-de-obra de diversos municípios localizados no  entorno de Altamira. Em Tucuruí, já é grande o número de pais de família  providenciando mudança para as proximidades do canteiro da futura hidrelétrica em busca de oportunidades.

No terminal rodoviário de Tucuruí, diariamente pode ser constatada a presença de pessoas procurando  transporte rumo a cidade localizada à beira do rio Xingu. José Benedito Ribeiro, 45, natural de Pedreiras (MA), pai de cinco filhos, pretende viajar dia 22 de março, levando o filho mais velho, “pra ver se consigo um bom emprego na barragem”.

Ao lado de Ribeiro, dois rapazes, Jamil Junior e Manoel Acácio, ambos de 23 anos, seguem a mesma toada.

“Aqui em Tucuruí, depois que terminou a construção das eclusas,está difícil arranjar emprego. A prefeitura não contrata ninguém, e quando contrata, atrasa o salário do trabalhador. A saída é se mudar para Altamira: lá é que está o futuro”, resume Jamil.

“Eu  tenho duas filhas pequenas, e minha mulher trabalha de doméstica, mas não posso ficar parado aqui na cidade, não tem emprego, tudo ficou mais difícil depois que as obras da Camargo Correa terminaram. Em Altamira, pelo que sei, vão empregar mais de 10 mil pessoas… Eu posso estar no meio dessas pessoas”, esperançoso, Acácio explica a razão de sua mudança.

Iguais a Ribeiro, Jamil e Acácio, dezenas de cidadão compram passagem, diariamente, no terminal rodoviário. Ou buscam carona no posto de gasolina mais próximo.

Configurando-se  o êxodo,  Tucuruí perderá parte de sua população.

Por seu turno, Altamira ganhará muitos problemas, além dos que já acumula ao longo dos anos, principalmente na área de saneamento e segurança pública.