A startup amazonense AeroRiver desenvolveu o projeto de um Barco Voador (Ecranoplano) adaptado às condições operacionais do território amazônico.

A aeronave terá a capacidade de transporte de 10 passageiros ou o equivalente a uma tonelada em carga, com velocidade de cruzeiro em torno de 150 km/h.

Um dos fundadores da startup é Lucas Guimarães, que cursa Doutorado em Engenharia Aeronáutica. Ele explica que a decolagem e pouso serão feitos nos rios, utilizando o casco desenvolvido para esse propósito.

A região amazônica é extensa em território e a conexão entre as suas cidades é feita majoritariamente pelos rios. Segundo a startup, o veículo de efeito solo (barco voador) é até 300% mais rápido que as embarcações mais rápidas utilizadas para transporte atualmente na região.

Para Felipe Bortolete, outro fundador da AeroRiver, que é doutorando em Engenharia Aeronáutica, uma outra grande vantagem desse veículo é a independência sazonal à região.

“Isso quer dizer que ele está pronto para operar até mesmo na época de seca dos rios, podendo, portanto, manter a regularidade no transporte de pessoas e cargas de toda a Amazônia, sempre com a mesma velocidade, além de ser 50% mais econômico que as demais aeronaves”, informou.

Além disso, o projeto dispensa custos elevados de infraestrutura e manutenção de aeroportos, tendo em vista que a sua operação é feita exclusivamente na água.


Barco voador desenvolvido pela AeroRiver poderá decolar e pousar nos rios. — Foto: Divulgação

 

O projeto de “barco voador” garantiu o segundo lugar no ITA Challenge, competição que visa difundir a cultura de empreendedorismo e inovação na comunidade acadêmica.

O desafio busca estimular o espírito empreendedor dos alunos e desenvolver suas habilidades em criar, desenvolver e gerir negócios criativos e inovadores em equipe, demonstrando a viabilidade técnica e comercial de suas ideias, aliando o conhecimento teórico ao prático.

A competição é uma iniciativa do Laboratório Aberto CCM-ITA e do Centro de Competência em Manufatura do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (CCM-ITA), e acontece anualmente desde 2013.

A questão da sustentabilidade e do impacto ambiental foram diferenciais apresentados pelo AeroRiver, que fizeram o projeto se destacar na competição.