Apesar das 50 voluntárias que abastecem o Banco de Leite Humano do Hospital Materno Infantil (HMI), o volume de leite arrecadado a cada mês é insuficiente para alimentar os recém-nascidos, cujas mães não podem amamentá-los. Por isso, o Banco de Leite está necessitando de mais doadoras, além de frascos para coleta e armazenamento desse precioso alimento, indispensável aos bebês internados na UCI – Unidade de Cuidados Intermediários – daquele hospital.
Há cinco anos em funcionamento no HMI, o Banco de Leite Humano é uma das principais iniciativas para a redução da mortalidade infantil no município. A equipe fornece todas as instruções para a retirada do leite, bem como os frascos adequados para o armazenamento do alimento.
Segundo a nutricionista Lígia Viana do Carmo, coordenadora Banco do Leite Humano, como forma de orientação, a equipe do Banco de Leite mostra para as doadoras qual a forma correta de amamentar, pois muitas das mulheres acham que é difícil fazer a ordenha. “Quando o bebê vai completar seis meses também nós marcamos com a nossa nutricionista todo o acompanhamento para a introdução alimentar e isso também é uma forma de incentivo para que elas continuem doando”, afirma.
Ela lembra ainda que quando a mãe tem muito leite e não faz a ordenha pode contrair mastite, que é uma inflamação das glândulas da mama causada pelo acúmulo de leite e acontece com maior frequência no pós-parto, principalmente na primeira gestação.
Para desempenhar o trabalho no Banco de Leite Humano do HMI, há uma equipe multifuncional com pediatras, nutricionista, enfermeiros e bioquímico.
As coletas do leite humano são feitas duas vezes por semana, nas casas das doadoras. Após isso, o leite passa por rigoroso controle de qualidade laboratorial, depois é pasteurizado e congelado. As mães que se propõem a esse voluntariado também são submetidas a exames no CTA, Centro de Testagem e Aconselhamento, que analisa doenças como hepatites, HIV e sífilis.
Uma das voluntárias que abastece o Banco de Leite Humano é a jovem Beatriz Bispo dos Santos, 23 anos, que doa para o banco sete vidros por semana, cada um de 200 ml. Ela começou a doar depois que a filha nasceu prematura e a criança teve que ficar internada na UCI. “Depois que minha filha recebeu alta, resolvi continuar doando e me sinto muito feliz em poder estar ajudando outras crianças, assim como ajudaram a minha filha”.
Segundo dados do HMI, no último mês de julho foram pasteurizados 26 litros de leite humano, que alimentaram 85 crianças. Vale lembrar que cada litro de leite materno doado pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia. Dependendo do peso do prematuro, 1 ml já é o suficiente para nutri-lo cada vez em que ele for alimentado.
Por conta do trabalho, o Programa Iberoamericano de Bancos de Leite Humano, com patrocínio da Coordenação Geral de Saúde da Criança e de Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz, conferiu o certificado Excelência em Bancos de Leite Humanizado para o Hospital Materno Infantil de Marabá, categoria bronze, por seu desempenho em 2013.
Quem estiver interessada em se cadastrar para ser voluntária no Banco de Leite Humano, ou que queira doar vidros, pode entrar em contato através do número (94) 3321-5751 ou ir até o Hospital Materno Infantil, localizado na Rua 5 de Abril, nº 1.550, na Marabá Pioneira.
Com informações da Ascom.
