Moradora de um projeto Agroextrativista de Nova Ipixuna e integrante do Conselho Nacional dos Seringueiros, Maria do Espírito Santo da Silva está ameaçada de morte.

Ano passado o poster denunciou o risco da ambientalista ser assassinada.
Ela mobiliza trabalhadores rurais, por isso mesmo incomoda interesses. Principalmente de madeireiros.

Organizar trabalhadores rurais, sem-terras, bóias-frias, seringueiros, isso incomoda estruturas de poder.

Maria incomoda.

Ela quer ajudar pessoas a criar melhores condições de trabalho.

Assustadoramente, cada dia fica mais evidente a defasagem entre as demandas da sociedade no mundo agrário e a capacidade de reação e antecipação do governo às atividades criminosas. A vontade política aparece quando acontece uma tragédia. Dificilmente se antecipam a algum tipo de ação.

O Estado está sempre a reboque dessas coisas.

A mobilização só ocorre com intensidade quando o sangue se espraia, como na morte de Chico Mendes, Eldorado do Carajás, assasinato de irmã Dorothy Stang, entre outros casos não menos insanos.

Nessas horas, o mundo todo se volta contra o Estado do Pará, as cobranças se multiplicam Planeta afora.

Espera-se sempre uma reação preventiva de efeito positivo, que não vem. E a história prova que a maioria dos casos trágicos recrudesceu pela falta de antecipação aos acontecimentos.

Especificamente em Nova Ipixuna, existe a questão da exportação ilícita da madeira e de suas variantes perversas. Há uma disputa muito forte de espaço entre grandes corporações lícitas e ilícitas.

Maria do Espírito Santo da Silva, no meio da boiada, corajosa, líder de pequenas comunidades, com a vida a fio.