Como quase sempre, ocorre, veículos voltaram a ficar atolados na praia do Atalaia, em Salinópolis.
A cultura provinciana de donos de carros estacionarem na extensão da praia, mais uma vez, provocou um cenário deprimente para quem se preocupa com os danos ambientais causados pela prática: dezenas de carros puxados pela violência da água, no momento da preamar.
A foto difundida em redes sociais mostra o momento de desespero dos motoristas tentando desatolar os carros atingidos pela força da água.
O problema de estacionamento de veículos na praia do Atalaia é antigo.
E ninguém resolve.
Explicação oferecida é que autoridades recebem pressão de donos de casas de veraneios para que o hábito do estacionamento não seja proibido.
Anos atrás, o Ministério Público do Estado realizou audiências, na tentativa de arbitrar a demanda, e ao contrário do que se esperava, decidiu que carros continuariam circulando nas praias do Farol Velho e Atalaia – embora todos saibamos que o tráfego de carros na faixa de areia das praias causa danos ambientais, como a compactação do solo e o derrame de óleo
Porém, quadriciclos, motos e equipamentos de kitesurf foram proibidos de trafegar nos balneários do município.
Entra ano, sai ano – e nenhum filho de Cristo consegue impor um ordenamento à questão, contribuindo dessa forma para manter a sustentabilidade e a vida do ecossistema.
Além dos impactos ambientais provocados pela grande quantidade de carros circulando na praia do Atalaia, a questão da segurança dos veranistas é problema dos mais graves.
Vez por outra, banhista sofre acidente, atingido por veículo.
A desculpa maior das autoridades para continuar permitindo o tráfego motorizado é que, economicamente, os donos de barracas sofreriam pesados prejuízos já que eles dependem do fluxo de veículos.
Reordenar os espaços públicos das praias do Farol Velho e Atalaia é uma questão de educação e civilidade.