Quem anda nestas nossas ruas enxerga que o puxadinho é o expoente máximo das obras do brasileiro.
Em Marabá, puxadinhos existem em toda rua. Ou em quase todas.
Alguns leitores, ultrajados, podem afirmar, provavelmente em expressão cheia de eufemismos, que isso é coisa de pobre.
Mas basta lembrar que o puxadinho foi chancelado pelo governo com a criação do “anexo” do Palácio do Planalto.
O mal vem de cima, lá de cima mesmo.
Assim, um passeio pela cidade revela que as maravilhas da cultura do puxadinho atingem não só a periferia como os condomínios de luxo também.
Como o dessa foto abaixo, onde o dono de um bangalô na Cidade Nova construiu essa geringonça aí em sua calçada, não sei com qual finalidade.
Fruto da incapacidade brasileira de realizar qualquer planejamento superior a trinta minutos, o puxadinho aparece da urgente necessidade surgida com algum acontecimento que, se não podia ser evitado, ao menos poderia ser previsto.
Por outro lado, o puxadinho deixa claro como o brasileiro é capaz de improvisar com criatividade.
Tenho um amigo (ele vai ficar zangado ao ler este post!) cuja casa sofreu tantas mutações ao longo dos anos que o visitante mais desatento poderia entrar no banheiro e se ver na varanda. Uma cozinha deu lugar a um quarto e, com algumas mudanças, terminou como uma sala.
Até hoje é possível observar uma improvável torneira no meio da estante da TV dele
(Enquanto o poster morre de rir, aqui)
A alma de um povo, seja lá o que isso signifique, está expressa em suas escolhas arquitetônicas. Afinal, vivemos, trabalhamos e, enfim, vivemos em construções. Enquanto os arranha-céus de Nova Iorque, com suas paradoxais curvas quadradas, refletem a arrogância conservadora americana envernizada em luxuosa ousadia, a explosão de luzes multicoloridas de Tóquio nos leva a enxergar o povo japonês diferente da imagem tradicional do oriental discreto.
Já o jeitinho brasileiro arquitetônico está conceituado no puxadinho e sua alegre mania de desrespeitar normas.
Nota: As fotos acima foram feitas sem intenção de dedurar ninguém, refletindo tão somente registro de fatos corriqueiros.
andre ribeiro
13 de julho de 2011 - 20:17Grande amigo vinicius!!!
Por onde tu andas? Ainda em Manaus?
Em Marabá perdemos um grande profissional da arquitetura, que vc representava em nossa cidade.
Uma pena as grandes “batalhas” no governo do Dr Veloso.
Saudades daquele tempo.
Hoje, infelizmente, meu amigop, só assisto e tento atraves do blog do Hiroshi contribuir para a melhoria da nossa cidade.
Agora, Hiroshi o anonimo das 0:41 disse certo quanto aos fiscais da postura e obras. Estão, atraves do “Cabeça” saqueando os cofres publicos pedindo e indicando soluções em obras irregulares,ou seja tentando regularizar estas obras sem passar pelo sistema correto.
Sds,
anonimo
13 de julho de 2011 - 00:41oque acho engraçado é que mau comecei minha obra e ja tinha aqueles sanguessugas da obras e postura no meu pé.. e nisso eles não ficam em cima
Marcus Vinícius Abreu
11 de julho de 2011 - 11:39Isso das puxadinhas e outras “obras”, seguem o preceito de que onde o poder público não se faz presente outros poderes se instalam, tomando passeios públicos através de obras irregulares.
andre ribeiro
11 de julho de 2011 - 10:25Caro Hiroshi,
Vejo um grande problema sobre estes “puxadinhos”, o que nada mais é que uma construção feita pelo proprietario para ampliação do seu imovel. Detalhe: sem acompanhamento de nenhum profissional habilitado (engenheiro civil) para projetar a capacidade de carga e dimensionamento das peças estruturais (vigas e pilares) para sustentação destas ampliações.
Cabe as prefeituras fiscalizar e embargar tais atraves de fiscalização do setor de obras ou posturas.
Aqui em marabá a gente vê uma situação bem simples que é o avanço dos muros, de divisa da frente dos lotes ou casas, para a rua fazendo com a rua ou as calçadas diquem estreitas.
Neste caso cabe uma boa fiscalização, senão porque estamos pleteiando ser a capital do estadode carajás.
Aí meu amigo Hiroshi fica dificil oraganizar esta bagunça.