Umas das áreas de pesquisa da Embrapa Amazônia Oriental, no município do Moju, no nordeste paraense, está sendo sistematicamente invadida por grupos que realizam a extração ilegal de madeira.

Segundo a Embrapa Amazônia Oriental, que é uma das unidades descentralizadas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o flagrante do crime ambiental foi feito na tarde da última quarta-feira (05), por uma de suas equipes.

A área é uma das últimas remanescentes de floresta nativa amazônica do nordeste paraense. No local, a Embrapa desenvolve pesquisas, há mais de 20 anos, sobre o crescimento da floresta amazônica. Os pesquisadores acompanham parcelas florestais permanentes para avaliar o crescimento e regeneração da vegetação.

O integrante da equipe que esteve no local registrou imagens de tratores, ramais abertos no meio da mata, motosserras, guinchos e toras de madeira. O crime ambiental se intensificou durante a pandemia, segundo a direção da Embrapa. Além disso, há um processo de ocupação da terra preparado para ocorrer após o transporte das madeiras.

A Embrapa Amazônia Oriental informou que já denunciou a situação a algumas instituições, como Polícia Federal e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A ação se caracteriza pela entrada de madeireiros ilegais que abrem ramais com tratores, extraem as árvores de valor mercadológico, retiram as toras com tratores e guinchos mecânicos, realizam um beneficiamento inicial para facilitar o transporte dessas madeiras que são armazenadas na beira dos ramais ou em clareiras abertas na mata.

A chefia da Embrapa Amazônia Oriental considerou irrecuperável o prejuízo ambiental, científico e social causado pelo crime. “A floresta remanescente na área tem valor inestimável para o meio ambiente e para a sociedade amazônica”, informou, em nota.