Na rodovia Belém-Brasília, sentido Dom Eliseu-Paragominas, existe uma localidade encravada à beira da estrada denominada Vila Arco-Íris, distrito de Ulianópolis. Cerca de 3 mil pessoas residem no lugar que fica a 20 km da sede do município, vivendo quase exclusivamente por conta das madeireiras existentes no entorno de Dom Eliseu e dos empregos fornecidos pela Pagrisa.

Por cerca de duas horas, o poster parou em três pontos da vila para sentir o clima em relação à crise envolvendo a usina de álcool e agentes do Ministério do Trabalho, saindo de lá convicto de que a Pagrisa tem entre seus principais aliados-defensores a comunidade de Arco-Íris. Em determinados momentos, ao saberem da presença de um jornalista no lugar, populares o cercaram, perguntando em tom de desagrado as razões de tantas indagações. O jogo de cintura e a malandragem de tantos carnavais percorridos permitiram ao poster arrefecer alguns ânimos mais exaltados, estabelecendo um canal de bate-papo amigável.

Por ora, os moradores de Arco-Íris ainda consideram a imprensa seu principal algoz. E não estão nem aí para questões como meio ambiente e trabalho escravo.

– Quem nós alimenta aqui são os madeireiros e a Pagrisa. Sem eles, estaríamos debaixo de lonas dos acampamentos do MST, pegando chuva e sol. E vendo os filhos morrerem de fome -, berrou João Quixadá, líder da comunidade.