O médico anestesiologista  Raimundo Pereira Sobrinho Junior, conhecido aos amigos mais próximos por “Gueta”,  é o primeiro a se manifestar acerca das denúncias formuladas pelo senhor Claudenor Peixoto, que enviou extenso texto ao blog relatando a perda de seu filho por ocasião do parto de sua esposa, Sarah Maria, no Hospital Materno Infantil – fato que está sendo chamado de “Caso Lorenzo”, nome escolhido pelos pais para batizar o bebê.

Raimundo Sobrinho se  manifestou em suas redes sociais.

Abaixo, reproduzimos a versão do profissional médico:

 

 

Fui surpreendido dias atrás, por informações de amigos, noticiando relatos em redes sociais que firmavam acusações ofensivas a minha honra pessoal e profissional, chegando a ameaças de vindita. Fiquei atordoado ao constatar que era verdade!
A partir disso, fui analisar os fatos, onde identifiquei a paciente e o caso concreto, ressaltando que era uma das 9 cesarianas que fiz procedimento anestésico naquele dia.
Interessante é que essa cesariana, do ponto de vista técnico não houve nenhuma intercorrência em relação ao meu mister, sobretudo eventual desrespeito com a parturiente ou a qualquer membro da equipe técnica. Me refiro a atos deseducados de minha parte ou de qualquer outro membro da equipe.
Ressalto que no caso de óbito fetal, o procedimento realizado é de sedação da parturiente para evitar abalo emocional maior, vez que está sob o estado puerperal, que por natureza já altera o psicológico de qualquer mãe. Assim, a parturiente certamente não pode perceber nenhum ato dentro do centro cirúrgico, face o efeito da sedação. Logo, impossível ter revelado qualquer descortesia (insisto que não houve) ou qualquer outro fato.
À par desses esclarecimentos, me sinto na obrigação de relatar outros, distantes do fato concreto, mas norteadores de minha conduta como médico e cidadão.
Bom, trabalho como anestesiologista a 22 anos, prestando serviços não apenas em Marabá, mas em outros municípios do Sul do Estado.
Vou me deter apenas ao Hospital Materno Infantil – HMI, pois lá estou desde sua inauguração em 2008, trabalhando no mínimo 10 dias por mês em média, realizando ao menos 7 anestesias diárias, perfazendo 70 ao mês, 840 ao ano, e, nesses longos 12 anos, 10.080 procedimentos cesáreos.
Nesses mais de 10.000 procedimentos, nunca houve nenhuma, absolutamente nenhuma queixa de desvio profissional ou de descortesia no trato com pacientes ou familiares.
Essa é minha resposta a agressão e ameaça que sofri, quanto ao mais, minha consciência está descansando para amadurecer com sobriedade, mas creio que juridicamente é o melhor local para o debate que as mídias sociais.
Como médico e cidadão, não aceito, não acolho e não admito o achincalhe e exposição pública leviana, lastreados no falseamento da verdade.
Não poderia deixar de esclarecer que meu nome não é “Gueta” (esse apelido carinhoso que tenho desde a infância, somente aqueles que gozam de minha amizade têm o direito de uso). Mas esclareço que carrego o nome de meu pai, um dos pioneiros dessa cidade, com muito orgulho, homem honrado, sério e digno.
Seu Sobrinho me ensinou valores que prezo e pratico até hoje e ensinarei à todos que puder, faço parte de uma família enorme que fincou raízes sólidas nessa cidade, e, merecedora de muito respeito, por esse motivo escrevo esse texto.
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Nota do Blog: a editoria do blog  está à disposição de outros profissionais do quadro do Hospital Materno Infantil citados na denúncia, para publicação de suas versões. Caso queiram se manifestar, enviar notas para o e-mail   vvvideovprodutora@gmail.com