Um dossiê divulgado pela Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos na última terça-feira (10) revela que o Pará tem um dos maiores índices de analfabetismo da Amazônia. O índice do estado chega a 12%, enquanto que a média nacional é de 8%. o objetivo é que o dossiê seja um meio de direcionar investimentos na educação.

“O índice de analfabetismo no Pará é muito elevado se a gente considerar que ele é a prova de que aquela pessoa não teve nenhum grau de acesso a escola. Nós não estamos falando se a escola é boa ou se a escola não é boa, nós estamos falando de uma população eu sequer tem acesso a poder estar dentro da escola”, explica a pesquisadora Flavia Marçal.

Silvia Leão tem dois filhos na rede pública de ensino. Marcos e Francisco reclamam de problemas na estrutura física e falta de merenda escolar na escola estadual Doutor Freitas, no bairro do Umarizal.

“A gestora conseguiu mandar duas merendeiras para a escola. A da manhã funciona muito bem, mas a da tarde não sabia fazer merenda, não sabia cozinhar, então ela foi devolvida e até agora não retornou ninguém para fazer a merenda”, afirma Silvia.

As dificuldades e deficiências da educação pública e particular no Pará foram expostas e debatidas na Assembleia Legislativa do Estado, onde foi lançado um dossiê sobre o assunto. O levantamento foi feito por doze pesquisadores durante dois anos a pedido da Sociedade de Defesa dos Direitos Humanos no Pará.

A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) informou que desenvolve um conjunto de ações para melhorar os índices da educação pública no estado. O principal é o Pacto pela Educação, que pretende aumentar o índice da educação básica em 30% no período de cinco anos.

O governo do Estado deve assinar ainda em dezembro um projeto com o Banco Interamericano de desenvolvimento para investir mais de $ 200 milhões na educação pública do Pará.