Com a permissão implícita de alguns personagens até então ardorosos defensores do projeto, a luta pela criação do Estado de Carajás está sendo cirurgicamente redesenhada pelo Governo Jatene, com uso de anestésicos.

Basta observar a mexida de pedras.

Primeiro, nomeação de dois importantes próceres do processo emancipatório para o secretariado estadual: Asdrubal Bentes (Pesca)  e Sebastião Miranda (Obras).

Asdrubal, autor de uma das propostas de divisão territorial,  não poderá mais se declarar publicamente defensor do sonho carajaense. Pelo menos é isso que se espera de alguém  nomeado para cumprir o papel de auxiliar de um governo totalmente desfavorável à tese divisionista.

Tião, na mesma situação, sempre defendeu o novo Estado. E agora?

Em outra margem, totalmente contrário ao que chamam de esquartejamento territorial, a presença de Zenaldo Coutinho na Casa Civil serve de  guarda vento às investidas emancipatórias.

De cara, o pitbull da integralidade geográfica paraense já mostrou seu cartão, ao anunciar a contratação do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) para realização de estudo da viabilidade econômica da divisão do Estado do Pará.

Como o poster tem acompanhado essa questão de criação de novos estados meio equidistante, sempre desconfiado das verdadeiras intenções daqueles  à frente da luta emancipatória, o novo cenário desenhado pelo governador Simão Jatene não deixa de ser interessante.

Embora já tenha sido apresentado um estudo sobre a mesma viabilidade, encomendada pelos defensores da causa Carajás, o acréscimo de informações, agora sob a batuta dos contrários à divisão, permitirá análise mais apurada desse babado.

Mas, agradavelmente  interessante,assistiremos agora uma legião de esgrimistas fazendo terrível esforço para demonstrar fidelidade aos ditames do Governo Estadual, e, ao mesmo tempo, distantes dos ares palacianos,  embalando ilusões, junto ao eleitorado, na tentativa de aparentar amor à causa separatista.

O blog registrará tudo, deliciosamente.