Está corretíssima a informação do colunista João Carlos Rodrigues, do jornal Opinião, edição de sábado, sobre o risco de atraso das obras da Alpa. Ele teve o cuidado de “segurar” detalhes, na certa temendo “queimar” sua fonte, mas a nota procede.

A questão, no entanto, não é apenas atraso das obras, mas o desvio de investimentos para o Ceará, até agora garantidos para aplicação no Distrito Industrial de Marabá.

E o blog adianta algumas nuances, agravadas nos últimos quinze dias por conta da falta de  garantias dos governos federal e estadual ao cumprimento de obrigações firmadas na parceria com a Vale, para a implantação do projeto siderúrgico, e que se encontram sobrestadas.

Desvio da Transamazônica A Vale teria recebido  sinalização de que o governo federal não deverá investir agora nas obras de desvio da rodovia Transamazônica, à altura do km 8, partindo da ponte sobre o rio Itacaiúnas, sentido município de Itupiranga – traçado exigido para se deslocar da área onde  futuramente se projeta o imenso parque siderúrgico.

Sintomaticamente, essa versão começou a circular entre executivos da mineradora dias depois da audiência do novo presidente da Vale, Murilo Ferreira, com a presidente Dilma Roussef.

Os ajustes nas contas públicas seriam responsáveis por esse retrocesso.

Derrocagem do Tocantins Dentro desse mesmo diapasão, as obras  de derrocagem do Tocantins, entre Itupiranga e o Lago de Tucuruí.

Consórcio formado pelas  empresas Triunfo – Serveng, vencedor da licitação do empreendimento, teria recebido orientação para dar uma parada na movimentação que  já vinha  realizando em Marabá e região para montagem de seus acampamentos.

Alça Viária Dias atrás, o blog antecipou o que já se fala hoje abertamente: recuo do governo do Estado na parceria com a Vale e governo federal para a implantação da Alça Viária, traçado rodoferroviário  saindo do entroncamento das duas rodovias PA-150 (Agora BR-155) e  Transamazônica, cruzando os distritos industriais 1 e 2 , até o DI 3, na área das futuras siderúgicas Vale-Aline -, de vital importância para mitigar a Alpa

A desculpa do governo paraense é a de que a PA-150 não existe mais, não havendo por que investir no projeto.

Essas três pendências, caso não sejam  iniciadas o mais rápido possível, deverão atrasar o empreendimento em pelo menos dois anos

E com a agravante de Marabá perder o projeto Aline.

Projeto Aline Como a Sinobrás não tem musculatura de cash para suportar adiamentos de intervenções da magnitude demonstrada acima, o projeto Aline corre o risco de não ser mais implantado  em Marabá. A empresa  vem  investindo pesado na elaboração do projeto da laminadora, em parceria com a Vale, desembolsando recursos próprios, que não podem ficar plainando sobre a inconstância dos parceiros iniciais da planta Alpa-Aline.

O mais provável, com o andar da carruagem, é a planta  Aline ser transferida para o terminal portuário do Pecém, em Fortaleza, onde a Companhia Siderúrgica do Pecém encontra-se a todo vapor em fase de construção.

E, bom lembrar sempre, sem Aline não há Alpa.

A Vale se decidiu pela viabilidade do projeto ao encontrar na Sinobrás o parceiro ideal da  Alpa como garantia de venda de  sua produção de laminados a quente e frio e galvanizados.

Enquanto os governos federal e estadual fogem do roçada, a Vale mantém todo seu organograma. Ou seja, não cancelou, ainda, nenhuma iniciativa até agora programada.

Só que não sabe  quando o projeto Alpa será inagurado. Se um dia for.