O texto segue  na primeira pessoa, estilo não muito de meu feitio.

No  final da tarde desta quinta-feira, 13, tomei conhecimento de que o vice-prefeito eleito, Luiz Carlos Pies, estaria enviando SMS a alguns de seus contatos de celular com a seguinte interrogação:

 

Na sua opinião,  por que o “chapa branca”  do Hiroshy estaria  orquestrando uma campanha difamatória do PT Pra Valer”.

 

Te respondo, Luis, mesmo não recebendo teu malcriado “torpedo”.

Primeiro:  não existe nenhuma “campanha  difamatória”.

O blog repercutiu tão somente fatos consumados,  levados ao conhecimento da população através de blogues e do jornal  Correio do Tocantins – além de ter atendido pedido para postagem de material que circulava entre membros do PT Pra Valer, e uma nota assinada pela direção do  Sintepp, publicada também no CT.

AQUI.        AQUI.     AQUI (para assinantes)

 

Da mesma forma que eu publiquei as duas notas agora em discussão,  dias antes, já fizera o mesmo ao postar nota do Psol declarando que fará oposição ao futuro governo municipal.

Democrático e defensor intransigente do contraditório, o prefeito eleito João Salame não me cobrou  nenhuma posição quanto a publicação da nota do partido opositor.  E mesmo se o cobrasse, atitude impensada numa pessoa como o Salame, ele não seria atendido, porque não sou pau mandado de ninguém, e respeito demais meus leitores – razão maior da credibilidade que tanto ostento em todo o Estado.

Ao contrário, João limitou-se a responder com elegância o direito que o Psol tem de fazer contraponto a sua administração.

Em nenhum momento, Salame insinuou descontentamento com  a posição psolista, tornada pública aqui no blog – e nem mandou recados indiretos insinuando golpes de censura a mim.

Outra coisa, Luis, sou aliado desse projeto político que tem como líder João Salame, porque acredito na possibilidade dele ser corado de sucesso, daqui a quatro anos.

Sou aliado, mas não sou apêndice de nenhuma de suas lideranças.

Lutei com todas as minhas forças, ao lado de outros destemidos companheiros,  para que tu e o João saíssem vitoriosos do embate de outubro, mas isso não remete meu trabalho a nenhuma subserviência de interesse político-partidário.

Em verdade, Luís Carlos, as  desavenças internas, que nada dignificam o Partido dos Trabalhadores, estão sendo alimentadas pela tua gulosa vontade de monopolizar espaços de destaque na futura administração pública, descuidando-se da postura de magistrado que deves ter, obrigatoriamente, ocupando o cargo de segundo posto hierárquico do poder marabaense.

A visão equivocada de “chapa branca” que tens do blogueiro,  pode ser, quem sabe, “né”? –  traço turvo de tua postura como homem público. E a obscuridade, na vida política, não eleva nem dignifica ninguém.

Num momento de crucial instabilidade administrativa pelo qual atravessa a prefeitura de Marabá, adernando diante de seríssimos problemas de ordem econômico-financeira, aos futuros mandatários, o bom senso recomenda serenidade na formação de secretariado e definição de rumos para o enfrentamento das adversidades, sem tensionamentos , nem  imposições  que visam unicamente atendimento de agenda pessoal.

A hora, caro Luís Carlos, é de união.

A hora, caríssimo Luis,  é de renunciar alguns objetivos imediatos, redobrando esforços para que o Partido dos Trabalhadores, não apenas uma tendência, siga unido nessa empreitada de extrema responsabilidade.

Tu, como futuro vice-prefeito do município, tens papel importante nesse processo de unificação dos opostos.

O Partido dos Trabalhadores, dentro da prefeitura de Marabá, precisa desenvolver papel indutor de referências, pontuando,  de forma equilibrada,  a necessidade da gestão Salame superar suas dificuldades e despontar como exemplo de administração.

Esse quadro é de interesse do governo federal – não unicamente da população de nosso município.

Sem uma boa gestão avaliada daqui a dois anos, o município de Marabá não terá condições de oferecer palanque seguro aos interesses do PT, na luta pela reeleição de Dilma Roussef.

Dos cinco principais municípios polos do Pará, apenas Marabá conseguiu eleger um nome ligado ao governo federal.

Belém, Ananindeua, Santarém, Parauapebas e quase toda a região Metropolitana, estarão em poder dos adversários de Dilma.

Então, Luís Carlos Pies, se não sair de dentro do próprio PT, em Marabá, exemplo de sabedoria política e renúncias pessoais, dificilmente esse projeto de Mudança atingirá seus objetivos, levando a população do município à descrença total e a revisar seu conceito eleitoral, obrigando a maioria a voltar-se contra aquilo que um dia foi chamado de Esperança.

Gestos estonteantes e forçosamente acobertados pela fome de poder, não levarão o futuro governo a nada.

Sugiro:  mire-se no exemplo do próprio João, desde um dia após a vitória na eleição, vem dedicando-se  a “ciscar pra dentro”, procurando unir forças não apenas entre as lideranças de nossa sociedade, mas percorrendo gabinetes, em Brasília, para viabilizar caminhos – chamando para si a responsabilidade dos grandes problemas – sem agachar-se a pequenezes

De tão discreto na formação do governo dele, parece às vezes passar imagem de que não está se mobilizando para ter os melhores quadros na futura administração. Apenas isso, porque, no fundo, ele  tem construído embates civilizados com os partidos que o apoiam, justamente para cumprir acordos firmados – e que, certamente, serão cumpridos, desde que seus aliados não criem tantas  divergências e açodamentos desnecessários.

Eu sei que é normal essa ansiedade  pela busca de espaço, mas alguém tem que servir de mediador, acalmar anseios e aspirações, às vezes nem sempre bem intencionadas.

Tu e o João devem cumprir esse papel, liderar o processo de divisão de cargos sem tensionamentos.

A postura nervosa do  PT Pra Valer, sabe-se agora, pode ser levada à avaliação da Executiva Estadual – pelo menos é o que está sendo divulgado hoje no Correio do Tocantins, conforme reprodução de notas publicadas à página 3, na coluna Ronda Política.

O que diz o CT:

 

 

“Depois da reportagem  da edição do Correio do Tocantins sobre o racha no PT de Marabá por conta do futuro comando da Secretaria Municipal de Educação, houve mais repercussão do problema. Membros do diretório insatisfeitos e que pertencem às tendências DS e Unidade na Luta oficiaram ao presidente regional do partido, João Batista, solicitando intervenção deste na questão tendo em vista que o partido está exposto publicamente.

Para esses mesmos petistas, caso não aconteça consenso o PT deveria abrir mão da Semed no governo João Salame e ocupar outros espaços de menor responsabilidade e que não envolvam tal disputa interna.

De outro lado, a tendência PT Pra Valer, que tem como líderes o vice-prefeito eleito Luiz Carlos Pies e Bernadete tem Caten, viveu  dois momentos distintos esta semana com o conhecido “fogo amigo”.

 É que três membros do partido que pertencem a tendencia e foram candidatos a vereador este ano, emitiram nota censurando a indicação de Luiz Bressan para a Semed, mas depois voltaram atrás, também se manifestando em carta assinada. Os petistas são: Milton Maranhense, Wilson Simões e Roberto da 33″.

 

 

 

Ora, ora, caríssimo Luis, qual a razão do envio dos “torpedos” cobrando censura ao meu blog, ou me responsabilizando por uma crise que não construí e, tenha certeza, nenhum  interesse tenho em alimentar essa beligerância?

Por que  tu não cobras a mesma posição ao jornal e aos demais blogues que estão, exclusivamente, cumprindo seu papel de informar a população?

A verdade, Luiz, é que essa tal   “campanha difamatória”, a mim atribuída,  está sendo construída dentro do próprio PT Pra Valer, que tem entre alguns de seus integrantes  externado desconforto com as atitudes açodadas -,  pontificadas de cima para baixo.

O Partido dos Trabalhadores é grande demais, e importante mais ainda para as transformações que vem sendo implantadas no país,  ao longo dos últimos dez anos, para ser submetido a essa autofagia.

Tenho grande admiração por teu trabalho incansável de motivador de grupos, mas considero imatura a tua posição atual de tentar  passar por cima de situações, ainda não consumadas, sem considerar as possibilidade de diálogo e de renúncias. Esse açodamento, tenha certeza, companheiro, depõe conta tua pessoa, e constrói graves distorções em tua biografia, estimulando picos de rejeição ao teu nome.

Tens a oportunidade perfeitamente válida de se credenciar, em futuro breve, a disputar um cargo de executivo,  na cidade,  em condição de competitividade, desde que saiba administrar esses  ímpetos incontroláveis  da busca imediatista do poder, pelo poder.

Oportunidade rara, aliás, já que em duas tentativas anteriores jamais galgastes tal situação, pelo voto direto.

Não perde o trem da História, camarada.

 

————————–

Atualização às 17:15

 

O título do post acima pode ser também substituído por este:

 

O que é isso, companheiro?