Quem não se lembra do Caderno JB?!

Os mais antigos sabem o que ele representava para a formação cultural dos leitores.

O velho JB está em praticamente todos os livros que falam do jornalismo impresso.

Abrigou em suas páginas grandes nomes da literatura brasileira e ‘fabricou’ importantes profissionais para a comunicação do país.

Em tempos áureos, na década de 1970, era o orgulho da imprensa nacional. Repórteres do “Jornal da Condessa”, como era conhecido, enchiam a boca para dizer “sou do Jornal do Brasil”.

Até aqui, o jornal que não havia se dobrado a Ditadura e pagou caro por isso, registra 119 anos de idade.

Um vovô da imprensa do Brasil, que ainda tinha ou tem muito o que contar. Os guerreios de outrora, porém, já não são mais os mesmos e o jornal balança, balança e as informações de mercado dão conta de que ele pode cair ou ter as suas rotativas paradas.

Desde sua fundação o Jornal do Brasil não vivia períodos tão inconstantes. Em 2001 a família Nascimento Britto, que controlova o JB, Rádios JB Am e FM, Rádios Cidade e 105 FM, fechou negócio com o empresário Nelson Tanure e arrendou a marca Jornal do Brasil por 60 anos.

O periódico ganhou fôlego com dinheiro e novos investidores, mas não alavancou. Viu o seu principal concorrente, o jornal O Globo, disparar em vendas. Perdeu ainda mercado para o jornal O Dia.

Numa tentativa de conter custos, a saída foi dividir a logística de entrega de exemplares com O Dia. A publicidade também foi contemplada. A ideia era bater em O Globo. O anunciante poderia publicar suas peças nos dois jornais por um desconto considerável e atingir um maior número de leitores.

Durou pouco. As duas empresas tinham uma cultura totalmente distintas e a divisão do bolo publicitário não deu certo.

Na tarde desta segunda-feira(12) a imprensa nacional recebeu a notícia de que o centenário Jornal do Brasil estaria chegando ao fim, agora com data fixada: setembro de 2010.