O julgamento do educador físico Luis Roberto Correia Baima,  41 anos, está em andamento no Fórum Criminal de Belém.

Ele é acusado de tentar matar sua ex-namorada, a jornalista  Dandara de Almeida.

Inconformado com a separação, Luis Baima invadiu a casa de Dandara e a esfaqueou no pescoço, mas ela conseguiu correr para fora da residência para pedir ajuda a vizinhos.

No mesmo momento, ele agrediu a mãe e a avó da vítima.

A tentativa de feminicídio aconteceu em fevereiro de 2017.

No dia do crime, foram encontrados com o agressor gasolina, tesoura, cordas e fita isolante.

Desde esse dia, Luis está preso aguardando julgamento.

No dia 9 de fevereiro, Dandara publicou um relato em sua conta pessoal do Facebook.

No texto, ela deixa claro que ainda sente medo de que ele volte a persegui-la.

“Minha maior esperança era de que ele se arrependesse do que fez. Mas acho que quem não assume o erro que cometeu e ainda tenta culpar a vítima está muito longe do arrependimento e por isso AINDA É UM RISCO PARA MIM, MINHA FAMÍLIA E PARA A SOCIEDADE”.

A jornalista relata que sua vida mudou completamente depois do crime. Algumas das consequências foram sua mudança de cidade, seu medo de começar relacionamentos e sua desistência de continuar na profissão.

“Mesmo tendo pesadelos contínuos com pessoas invadindo meu quarto, com pessoas matando minha mãe na minha frente; mesmo tendo pavor de estabelecer qualquer tipo de relacionamento; mesmo não ter conseguido nunca mais escrever reportagens, que era o que mais gostava de fazer; mesmo ter sido obrigada a largar para trás minha família, meus amigos, meus trabalhos, tudo isso sem nem fazer ideia do que poderia acontecer comigo, sem base nenhuma Mesmo com tudo isso, eu agradeço a tudo o que aconteceu porque finalmente me vi livre daquele covarde e daquele ciclo de violência sem fim”, diz.

Dandara afirma no texto que, até hoje, dois anos após o crime, recebe comentários de que ela teve culpa do crime e que está cada dia mais difícil ter que argumentar para convencer que foi vítima.

“Neste dia 14 de fevereiro completará exatamente 2 anos desde que aquele assassino (pra mim é assassino sim, porque éramos para todas nós estarmos MORTAS se não fosse nossa coragem de enfrentá-lo. Se ele tem intenção de matar, então é um assassino sim!) tentou acabar com a minha família. Nesse dia ele vai ser julgado pelo crime que cometeu e a mim só resta pedir à Nossa Senhora de Nazaré que passe na frente, porque está sendo difícil ter que argumentar que não fui eu que me esfaqueia, que não fui eu que agredi aquele homem”, relata.