Não será surpresa para este blogueiro se a Aço Cearense, grupo siderúrgico que construiu em Marabá a Sinobrás – primeira usina siderúrgica integrada de aços longos das regiões Norte e Nordeste do Brasil – oficializar pedido de recuperação judicial.

O assunto estaria sendo discutido com muita seriedade dentro do conglomerado, em Fortaleza.

As siderúrgicas brasileiras enfrentaram em 2016 mais um ano de baixa demanda no mercado interno diante do cenário de retração do Produto Interno Bruto (PIB), na que já é considerada a pior recessão vivida pelo Brasil.

Esse quadro é reflexo da situação de setores como o automotivo, de bens de capital e construção civil, que vêm sentindo o baque da crise política e econômica que colocou os investimentos no País em compasso de espera.

Por essas razões, muitos altos-fornos estão sendo desligados nas principais empresas do setor,  à espera de alguma melhora do mercado.

A Sinobras,  por exemplo, não poderia estar fora desse raio de pessimismo e de redução de sua produção.

As vendas de aço caíram em todo o país nos últimos dois anos.

Só pra exemplificar: em 2015, as usinas viram suas margens de rentabilidade cada vez mais comprimidas, com Usiminas e CSN amargando prejuízos trimestrais.

Menos exposta ao aço plano e com maior diversificação regional, a Gerdau desponta como a mais bem posicionada, ancorada no fato de ter 60% de suas receitas vindas de fora do Brasil, benefício amplificado ainda pela desvalorização do real em relação ao dólar.

No entanto, até mesmo a siderúrgica gaúcha teve que se ajustar ao contexto do mercado. Além da paralisação de aciarias, a companhia já promoveu corte de pessoal e fez uso da suspensão de contratos de trabalho e férias coletivas.

Dentro desse quadro explosivo, a Aço Cearense procura se ajustar, monitorando  o andamento do mercado.

O blogueiro tentará checar a informação junto a executivos da empresa.

 


Atualização às 11:44 (17/03)

Nas últimas 48 horas, o blog tentou confirmar se a  Aço Cearense estaria mesmo estudando protocolar pedido de Recuperação Judicial, só que os executivos em Marabá consultados negam-se a prestar informações, dizendo que o assunto é da alçada do gabinete da presidência da empresa, em Fortaleza.

Na capital cearense, ninguém também quis se manifestar.