A Academia original foi uma escola fundada em 387 a.C., próxima a Atenas, pelo filósofo Platão. Nessa escola, dedicada às musas, onde se professava um ensino informal através de lições e diálogos entre os mestres e os discípulos, o filósofo pretendia reunir contribuições de diversos campos do saber como a filosofia, a matemática, a música, a astronomia e a legislação. Seus jovens seguidores dariam continuidade a este trabalho que viria a se constituir num dos capítulos importantes da história do saber ocidental.

A escola era formada de uma biblioteca, uma residência e um jardim. Pela tradição, este jardim teria pertencido a Academus – herói ateniense da guerra de Tróia (século XII a.C.), e por isso era chamado de “academia.”

Essa tradição que deu origem a todas as academias e universidades do Ocidente foi interrompida com o seu fechamento pelo imperador romano Justiniano em 529 d.C.

A partir da Renascença italiana diversas academias de poetas e artistas se estabeleceram na Itália e na França nos séculos XIII e XIV e a partir de então elas proliferaram em todo o mundo.

A Academia Francesa – que serviu de modelo à Academia Brasileira – foi fundada, em 1635, por iniciativa do Cardeal Richelieu que obteve a autorização para seu funcionamento do rei Luís XIII, com a principal finalidade de tornar a língua francesa “pura, eloqüente, e capaz de tratar das artes e ciências.”

Mas qual será mesmo o papel fundamental de uma Academia de Letras?

É o nosso mestre Machado de Assis que o descreve:

“A Academia, trabalhando pelo conhecimento […], buscará ser, com o tempo, a guarda da nossa língua. Caber-lhe-á então defendê-la daquilo que não venha das fontes legítimas, – o povo e os escritores, – não confundindo a moda, que perece, com o moderno, que vivifica. Guardar não é impor; nenhum de vós tem para si que a Academia decrete fórmulas. E depois, para guardar uma língua, é preciso que ela se guarde também a si mesma, e o melhor dos processos é ainda a composição e a conservação de obras clássicas.”

Foi, não só com esse intuito, de guardar e preservar, mas também de divulgar a arte literária, que foi criada em 26 de setembro de 2008 a Academia de Letras do Sul e Sudeste Paraense

A Academia, com sede provisória na Fundação Casa da Cultura de Marabá, tem por fim a difusão da cultura, da língua e da literatura nacional e funciona de acordo com as normas estabelecidas em seu Regimento Interno. A academia busca reunir escritores da região com intenção de difundir a literatura e o hábito da leitura, promover concursos literários e propiciar a publicação de obras literárias de importância para a região.

Assim que criado o Estado de Carajás a ALSSP passará a chamar-se Academia de Letras de Carajás.

Hoje a nossa Academia de Letras é composta por quinze membros efetivos e perpétuos, com acadêmicos de Parauapebas, Eldorado dos Carajás, Rondon do Pará, Itupiranga e Marabá. Temos a intenção de ampliar o número de acadêmicos contemplando também outros municípios da região. A Academia é ainda composta por cinco acadêmicos honorários, sendo três de Marabá, um de Eldorado dos Carajás e um de Itupiranga. Compõem também a Academia, quinze membros correspondentes com representantes no Estado do Pará em Belém, São João do Araguaia, Conceição do Araguaia e Altamira, bem como correspondentes em Araguatins no Estado do Tocantins, em Campestre e Carolina no estado do Maranhão, em Taguatinga no Distrito Federal e em São Paulo.

A Academia de Letras do Sul e Sudeste Paraense caminha a passos firmes contribuindo de forma efetiva para a consolidação da Cultura Literária em nosso Estado e particularmente em nossa Região

São acadêmicos efetivos da Academia de Letras do Sul e Sudeste Paraense: Cadeira nº01 João Brasil Monteiro; Cadeira nº02 Noé Von Atzingen; Cadeira nº03 Eduardo Castro de Lima; Cadeira nº04 Adalgiza Mª. S. Junes; Cadeira nº05 Reunivan Tocantins; Cadeira nº06 Pedro Cláudio Reis (in memorian); Cadeira nº07 Ademir Braz; Cadeira n°08 Jorge Washington; Cadeira nº 09 Rosa Maria Peres Lima; Cadeira nº 10 Terezinha Guimarães; Cadeira nº11 Vânia Ribeiro Andrade; Cadeira nº12 José Maria Lopes de Carvalho; Cadeira nº13 Marquinhos Leal; Cadeira nº14 Helena Dalva e Cadeira nº15 Charles Trocate (foto).

Acadêmicos Honorários: Paulo Bosco Jadão (Marabá/PA); Edna Lemos e Silva (Itupiranga/PA); Manoel N. dos Reis (Eldorado dos Carajás/PA); Mascarenhas Carvalho (Marabá/PA) e Gilson Penalva (Marabá/PA).

Acadêmicos Correspondentes: Abílio Pacheco (Belém/PA); Boleslaw Daroszewski (Araguatins/TO); Geraldo Virgínio (Campestre/MA in memorian); João neves Pereira (São João do Araguaia/PA); João de Castro (Belém/PA); Joaquim Falcão (Carolina/MA); José da Silva Brandão (Taguatinga/DF); Márcia Regina Moraes (Belém/PA); Moura Reis (Belém/PA); Paulo Sampaio (Belém/PA); Paulo Von Atzingen (São Paulo/SP); Rosângela Emerique (Altamira/PA); Isaú Coelho Luz (Conceição do Araguaia/PA); Cleomar Carvalho (Conceição do Araguaia/PA) e Wagno Lima (Conceição do Araguaia/PA).

 

Texto: Noé von Atzingen, Presidente da Fundação Casa da Cultura de Marabá