Cena doída e revoltante.
No inicio da tarde, não passava das 15 horas, no meio da rua, na Folha 31, um senhor com deficiência (ler sub-título abaixo), sob sol fulminante, dirigia o olhar a quem passava próximo, sem dizer uma palavra, suplicando ajuda para acessar sua cadeira de rodas a uma calçada bem mais alta do que o piso da rua asfaltada onde trafegava vindo de algum lugar.
Insensíveis ao olhar pedinte do senhor quase em desespero, pedestres passavam por ele apressados.
Ninguém chegava junto.
De longe, ao avistar a cena, mais do que depressa o poster dirigiu-se até o cidadão solitário sobre a cadeira de rodas, oferecendo-lhe ajuda. Com o apoio de duas outras pessoas chamadas, com muito esforço conseguimos colocá-lo na calçada por onde o cidadão, ofegante e suando forte, seguiu o seu trajeto, até onde ninguém sabe.
Marabá é cantada em prosa pelas suas potencialidades econômicas de futuro, sem desenvolvimento humano.
Não aparece um prefeito sequer preocupado em estabelecer normas e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
Todo alcaide, católico ou protestante, só quer saber de fazer assistencialismo ou espalhar asfalto na cidade, fechando os olhos (e o coração) para a prática de políticas de natureza eminentemente humana.
Fazem de conta desconhecer a obrigatoriedade de que o sistema de transporte coletivo do município tem de passar por uma grande revolução, adiando o quanto podem a aplicação de uma lei federal de 2000 que visa promover a acessibilidade de pessoas com deficiência nas vias e nos espaços públicos, no mobiliário urbano, nos edifícios e nos meios de transporte e de comunicação
Nenhum caratonha se presta a convocar seus assessores para implantação de uma diretriz urbana em que as calçadas sejam niveladas e com sinalização necessária a quem não tem visão ou transita em cadeiras de roda.
Exigir a dotação de taxis acessíveis para o transporte de pessoas com deficiência, especialmente aquelas que usam cadeiras de roda. Inicialmente, pra conta não ficar alta (já que é isso que soma), fazer circular pelo menos os cinco iniciais veículos adaptados com equipamentos que possibilitam a entrada do passageiro com a própria cadeira para ser transportado em segurança.
Cidade sem alma.
Cidade fria e desumana.
Assim, desse jeitinho, constroem Marabá -, “a cidade do futuro”.
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Ser ou não deficiente
É preciso acabar com a ideia de que a palavra “deficiente” é uma associação pejorativa ou preconceituosa. A expressão não pode, jamais, causar sentimento de incapacidade ou inadequação à sociedade.
É sempre bom lembrar que a pessoa não é deficiente, ela “tem uma deficiência”.
A propósito, sobre o mesmo tema, todas as entidades mundiais envolvidas com o assunto, definiram, por convenção, a expressão correta universalizada: pessoa com deficiência.
É bom dizer, também, que esse termo integra texto aprovado, em 2006, na ONU, durante Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidades das Pessoas com Deficiência. Também ratificada pelo Brasil, dois anos depois.
Fonte sobre o tema “pessoa com deficiência”
Retratos da deficiência no Brasil / Fonte: Fundação Getúlio Vargas – FGV
Hiroshi Bogéa
2 de agosto de 2009 - 15:069:34 AM, você complementou equivocadamente.Não é para atender a interesses da clínica, não. O aterro é para atender ao projeto de estacionamento de veículos em toda a extensão da VP-8. Essa obra, em verdade, era pra ser feita desde os governos anteriores do Tião, que nao o fez. A VP-8 precisa, urgentemente de estacionamento público, como existe em Parauapebas na avenida principal. Saudemos, pois, o projeto de viabilizar a organização de espaço para o estacionamento de carros na área comercial mais movimentada de Marabá.
Anonymous
2 de agosto de 2009 - 12:34E complemento que o aterro executado é para atender a interesses privados da Clinica médica em frente á obra, e ainda que este aterro encobre o colo do caule das plantas provocando a morte das árvores, as quais são patrimônio público.
Só uma questãozinha….cadê o Conselho Municipal de Meio Ambiente(???????)e tem mais ainda, há intenções deste novo governo, de retirar os canteiros centrais da Velha Marabá, o que significa dizer que iremos definitivamente cozinhar, já que com a "provável" iniciativa (parece-me já prevista e aprovada, pois consta na obra de duplicação) teremos a "provável" retirada das àrvores de lá. E aí, recorrer a quem???????????
METRALHA
28 de julho de 2009 - 20:22Hiroshi, chamo atenção para uma obra que está sendo executado na VP-08 em frente ao CREA de marabá. Tubularam a agua da rua (agua pluvial com um gasto enorme) e agora estão jogando um aterro em cima da área verde que absorvia toda a água da chuva.
Quer dizer, estão inventando uma obra desnecessária, milionária, para fazer a mesma coisa que estava sendo feita; com um agravante: Não tem plano de EIA/RIMA e nem de impacto ambiental.
Cadê a Sema / Semma / Ibama / Promotor do meio ambiente?
É um absurdo. Pagar divida de campanha com um crime ambiental deste.
Temos que denunciar no MP, pois ele só funciona se tiver denuncia plausivel. Pode ser anonima.
Anonymous
27 de julho de 2009 - 17:34Amigos, acontece que este Plano Diretor foi votado na época do Tião Miranda e está valendo desde dezembro de 2007 quando passou pela Camara de vereadores que por sinal era muito extenso para os mesmos lerem e…simplesmente votaram como fazem…sem ler, sem ver. Assim Tião Miranda que contratou uma empresa ligada a UFPa e trouxe um plano montado do Estado do Paraná e fizeram algumas adequações, levaram o R$ e tchau. FIQUEMOS NÓS COMOS PROBLEMAS. ELES NÃO ESTAO NEM AQUI, NEM AÍ.
Val-André Mutran
27 de julho de 2009 - 03:05Mandastes bem.
Anonymous
27 de julho de 2009 - 00:12Aposto que ninguém sabia que estava colocando Maraba na mão de forasteiros na hora que voltou em Maurino. Infelizmznte não podemos trocar o voto . Mas e aquela casa de pessoas que elegemos pra vigiar as sacanagens? O que andam fazendo?
Peter Petrelli
26 de julho de 2009 - 22:10Caro Senhores, a Lei que rege tudo isto existe há muito tempo. São duas:
1) Código de obras e Posturas do municipio de Marabá;e
2) CTB – Código de Transito Brasileiro – Este administrado pelo DMTU tem mais força para a questão de obstáculos tanto na via (como as mesas na Orla) como nos passeios (bares).
Acontece que não são aplicadas estas benditas Leis por omissão dos governantes. Basta acionar o MP e ficar cobrando respostas do municipio.
O PLANO DIRETOR DO MUNICIPIO REZA SOBRE USO E OCUPAÇÃO DE SOLOS E ADEQUA O NOVO CÓDIGO DE OBRAS DO MUNICIPIO ALÉM DE OUTRAS COISAS. AFETA DIRETAMENTE A TODOS OS MORADORES DE UMA CIDADE.
CASO MARABÁ:
P.E. HIROSHI, se voce tiver um terreno de 10,00 x 30,00 metros voce só poderá utilizar na sua construção apenas 65% dele, alem dos afastamentos de 3,00 metros do limite deste terreno, 1,50 metros de ambas as laterais e tambem nos fundos, ou seja, querem melhorar demais e com isto afugentar investimentos para outros municipios. Isto vale tanto para residencia como pra comercio.
Exemplos de empreendimentos que estão "bronqueados" : Hospital Gigante no Belo Horizonte, Y Yamada, loteamento da Direcional e Construfox (este vai ser embargado pelo MP), entre outros. Tem um grupo de empresarios que esta querendo construir uma torre de 12 andares há oito meses.
O PLANO DIRETOR DO MUNICIPIO ESTÁ SENDO ADMINISTRADO OU ADEQUADO POR PESSOAS QUE NÃO PERTENCEM AO QUADRO DO MUNICIPIO (ou seja concursados) – CASO DA ESPOSA DO SECRETARIO DE PLANEJAMENTO GLENIO BENVINDO E PELO MESMO – pessoas que depois de 4 anos ou antes vão embora e deixam o abacaxi na mão dos empresários, engenheiros e arquitetos de Marabá.
ENTÃO HIROSHI ATRAVES DO SEU BLOG PEÇO QUE CONCLAME OU CONVIDE ALGUEM RESPONSAVEL POR ISTO A INTERAGIR MAIS COM OS EMPRESARIOS E COM OS PROFISSIONAIS DO CREA/PA E TAMBEM COM A GENTE AQUI DO BLOG. A SITUAÇÃO É SERISSIMA.
QUEREM TRANSFORMAR MARABÁ EM UMA CIDADE PLANEJADA COMO PALMAS. TAH DIFICIL!!
www.ribamarribeirojunior.blogspot.com
25 de julho de 2009 - 23:02A prefeitura não cumpre o Plano Diretor – as calçadas sem padronização continuam como grande obstáculos.
Hiroshi Bogéa
24 de julho de 2009 - 16:58Beto Ruas, sempre bom vê-lo aqui praticando cidadania com suas críticas. Volta sempre.
Hiroshi Bogéa
24 de julho de 2009 - 16:587:59 PM, belo comentário. O desgoverno, verdadeiramente, é quem produz tudo isso descrito por você. Abs
roberto ruas
24 de julho de 2009 - 01:14caro Hiroshi,como sempre brilhante nos seus posts,pois é amigo,somos parceiros nesta luta em ver esta cidade mais cidadã,mas os temas discutidos nos gabinetes nao passam de retorica,desenvolvimento a qualquer custo,e o incrivel é nao ter a presença do feudo politico marabaense a levantar uma voz discordante do modelo de progresso,amigo,tenho levantado a bandeira de uma ciclovia,da coleta seletiva atuante,ninguem afere mas nossa cyty perde 50 anonimos filhos de Deus por ano com acidentes de bicicleta,onde vamos parar?resta rezar para que os personagens politicos responsaveis se sensibilizem para que tenhamos dias melhores…chega de tanta insensatez…..abraços
Anonymous
23 de julho de 2009 - 22:59Prédios comerciais construídos sobre calçadas; áreas de lazer das residências sobre as calçadas; grandes empresas que usam a calçada para vendes motocicletas, gás de cozinha e todo tipo de mercadoria; praças que mais parecem uma feira livre, onde tem-se de tudo um pouco que se pode imaginar; bares, restaurantes e similars que colocam suas mesas e cadeiras sobre as calçadas: isso sem contar a exposição a bebidas que as senhoras e crianças sofrem; motoristas que estacionam sobre as calçadas: inclusive nossas autoridades costuma vez por outra usar a calçada como estacionamento; placas de todos os tamanhos: suspensas e no solo; calçadas com todos os níveis de altura inimagináveis… o que mais falta para se colocar sobre as calçadas? Isso vem de longas datas, os prefeitos foram deixando, deixando, deixando… deu nisso: é praticamente impossível tirar o costume dessas pessoas, isso virou uma "cultura", passou a ser normal.
O único que não ocupa a calçada é o pedestre, para quem de direito elas foram projetadas. Ele tem que andar na sarjeta, dividindo espaço com os carrões que passam.
Na realidade, a cidade sempre foi desgovernada.