Dirigentes da Associação dos Moradores de Itainópolis fizeram apelo ao pôster para ir ver de perto a situação da ponte sobre o igarapé Rio Vermelho, à altura do Km 15 da Estrada da Ferrovia, como é chamada a via de acesso da BR-155, à altura do Km 35, até o município de Parauapebas, construída pela Vale para manutenção da ferrovia, e que hoje é usada por mais de cinco mil famílias residentes às margens da estrada.
Além de dar acesso a dezenas de projetos de assentamento, pela estrada chega-se ao distrito de Itainópolis, entre outras vilas densamente povoadas.
Alvo de denúncias de que a obra de recuperação da ponte estaria causando danos ao meio-ambiente, como explicam moradores de Itainópolis e dirigentes da associação, o desvio provisório lançado sobre a nesga de água que corre esta época do ano no curso do igarapé, é uma necessidade técnica e, mais importante ainda, questão de sobrevivência da comunidade de Itainópolis , e dos assentamentos localizados do outro lado da ponte.
Se a ponte originalmente construída sobre o igarapé cair, milhares de pessoas ficarão isoladas, correndo de risco de perder produção agrícola -, além de sofrerem falta de abastecimento de gêneros alimentícios e questões envolvendo atendimento à saúde dos domiciliares rurais.
Quem mora na zona rural sabe o que representa para o bem geral, a queda de uma ponte com a dimensão que tem a que atravessa o rio Vermelho.
Outro fator agravante: seria entrave perigoso às equipes da Eletronorte que fazem manutenção na rede de transmissão que vem de Tucuruí até municípios como Eldorado, Curionópolis, Parauapebas de demais da região Sul.
Quem menos sentiria os efeitos da queda da ponte seria a Vale, justificam, explicando que a manutenção da estrada de ferro é feita por monitores que usam a própria ferrovia, abdicando da estrada.
Em poder de fotos registradas no período invernoso pela Associação dos Moradores de Itainópolis, ao pôster foi mostrado o perigo que representa atualmente trafegar pela grande ponte ameaçada de cair.
Observem a largura do rio Vermelho em seu período de cheia e a pressão que a água faz em sua estrutura.
Para os moradores de Itainópolis, a obra não causará dano ao meio ambiente, “até porque nesta época de seca o curso do igarapé é praticamente nulo, ele quase não corre, devido a vazante extrema”, conta Erivaldo Lima, um dos moradores que ciceronearam o pôster na visita a ponte.
Explica ainda que “não tem outro jeito de reconstrução de parte da cabeceira da ponte, se não for usando esse tipo de desvio”, porque a estreita largura da ponte ameaçada não permite que os serviços sejam feitos em duas etapas. Ou seja, dividindo seu meio, para que haja tráfego de veículos enquanto corrige-se a outra metade.
Fotos registradas pelo poster dão uma dinâmica de como está a obra do desvio, para o tráfego de veículos não ser interrompido enquanto as obras na cabeceira sejam processadas
Essa foto de cima define o local exato onde a estrutura provisória da chamada “ensecadeira” permitirá a colocação de ´pontilhões´(especie de ponte de madeira), possibilitando o tráfego de veículo enquanto uma das cabeceiras da ponte estiver em obras.
Próximo ao local, vê-se realmente que a vazão máxima do curso do rio Vermelho, sentido rio Itacaiúnas, é imperceptível, havendo possibilidade da água correr, sem maiores danos ambientais, pelo pequeno espaço que está sendo formado em seu leito..
Pode-se afirmar haver impacto localizado, mas sem conseqüência maiores para o conjunto de recursos hídricos que convergem para o rio Itacaiúnas.
A chamada ensecadeira , termo técnico que designa a concentração de terra em pequeno curso d´água formando pequeno aterro, desviará o tráfego de veículos, enquanto a obra for concluída.
O blog é ardoroso defensor do meio ambiente, mas conhece profundamente os malefícios que uma comunidade rural sofre quando fica isolada. No caso da obra na ponte sobre o rio Vermelho, é uma necessidade urgente levá-la em frente, antes que o inverno apresente sua volatilidade.
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Atualização às 13:45
Entregue agora aqui na empresa do poster, vídeo trazido por diretores da Associação dos Moradores de Itainópolis – conforme haviam prometido localizá-lo -, para que os leitores observem a realidade da ponte ameaçada de cair.
O vídeo nos aproxima mais da dramaticidade na qual se transformou aquela via de acesso.
karla Maues
28 de setembro de 2011 - 22:38Creio que a providencial decisão do Exmo.Sr. Juiz João Cesar Otoni de Matos, determinando a imediata recuperação da BR 155 com recursos do governo Federal já aprovados este ano, acabará por atingir essa ponte em questão.
Vamos torcer pra que as licitações nao demorem e que as obras comecem antes do inverno porque ai eles terão o argumento das chuvas pra justificar o atraso nas obras.
O que a população não pode é aceitar calada tamanho descaso.
E que seja uma obra de excelencia, com asfalto de qualidade , sinalização, meio fio e boa drenagem para que dure pelo menos os proximos 10anos.
Fiquem em paz!
George Hamilton Maranhão Alves
28 de setembro de 2011 - 14:09Meu já falecido pai dizia “na vida tudo é relativo; nada é absoluto”.
Assim, há de se ponderar as coisas. A despeito do impacto ambiental, o prejuízo em se cortar aquela via de tráfego à população, parece ser mais danoso. Assim, sou da posição de que permaneça o aterro o tempo suficiente, para que a prefeitura faça o mais rápído, o serviço de recuperação da ponte, a fim de logo retirar o aterro e liberar o resto do leito do rio.
ANONIMO
28 de setembro de 2011 - 13:37Meu caro bloger;fui criado na região da transamazonica,enfrentando todo tipo de estrada esculhambada que possa existir,decadas de 1970 e 1980,e confesso que ao olhar essas fotos,eu,acostumado à tudo que não presta em termos de estradas,sinto um frio na barriga,os responsáveis(ou irresponsáveis)por este estado de coisas,deveriam ser presos depois de afastados de suas funções,uma tremenda vergonha,esse é o país que está organizando copa do mundo de futebol e olimpíadas(gastando DOIS BILHÕES,para refazer um,apenas um, estádio),valha-nos quem ? Êta país pai d”égua !!!!