Executiva do Grupo Zucatelli há mais de duas décadas, missionária da igreja Assembleia de Deus Missão, além de palestrante sobre temas religiosos na região Sul/Sudeste do Pará, Marlucia Rodrigues deverá cumprir nova missão.

Agora, na vida pública.

Pelo menos é esse o caminho a ser traçado pela Gerente Geral das empresas do Grupo Zucatelli recentemente filiada ao MDB, onde pretende escrever uma nova história em sua brilhante carreira corporativa.

Ao longo de sua atividade profissional como executiva do Grupo Zucatelli, Marlucia Rodrigues construiu naturalmente forte status de empoderamento envolvendo ações nas áreas empresariais e religiosas.

Isso deu a ela amplo conhecimento de pessoas, lugares, e de comportamentos.

A sua biografia invejável sempre despertou o interesse de lideranças políticas à cata de seu nome para engrossar projetos de disputa eleitoral , mas só neste ano de 2020 surgiu seu próprio consentimento para colocar a assinatura numa ficha partidária.

                       -“Três fatores contribuíram para que eu aceitasse me filiar no MDB. O primeiro foi o convite do secretário de Estado de Transportes, Antonio Pádua Andrade, pessoa que goza de respeito e admiração no seio da sociedade marabaense amparado pela sua trajetória profissional admirável. Em segundo, o estímulo que recebi de meu patrão, o Reinaldo Zucatelli (presidente do Grupo Zucatelli). Quando o procurei para comunicar-lhe o convite que havia recebido, ele disse textualmente que já está na hora  de eu dar minha contribuição na vida política, deixando-me à vontade para tomar a decisão que melhor me conviesse. E, terceiro, minha vocação natural para atuar coletivamente. Sempre dediquei parte do tempo que sobra de minha atividade empresarial para contribuir socialmente, acho que isso é um dever de todo cidadão que quer o desenvolvimento de uma sociedade”.

 

Com formação em Administração, Marlucia Rodrigues avalia que a  sociedade tem reconhecido a importância da política para além do exercício do voto.

 

           – “No seio da comunidade há sempre uma expectativa de renovação de atitudes. A vida pública oferece oportunidades para quem a abraça,  ajudando a vida das pessoas, trabalhando pela sociedade como um todo, sugerindo leis e estabelecendo políticas públicas que atendam prioridades. Pela minha experiência como executiva nesses 24 anos no Grupo Zucatelli,  creio poder contribuir para oferecer melhorias à vida comunitária”.

 

Declarada pré-candidata a vereadora pelo MDB, Marlucia foi assediada por outros partidos antes de aceitar convite  do secretário de Transportes do governo Helder Barbalho.

A opinião de Reinado Zucatelli pesou também em sua decisão.

 

               -“O Reinaldo já foi político em Marabá, vereador, vice-prefeito, ocupou várias vezes o cargo de prefeito. Além de meu patrão, tinha que ouvi-lo para ter uma leitura política do rumo que eu estava querendo tomar. Quando eu disse que o convite era do MDB, imediatamente tive sua aprovação e  a exposição de uma cenário que ele fez mostrando as vantagens de ingressar num partido com a trajetória histórica do MDB e de suas lideranças estaduais.

 

Com influência e elogiado trânsito no meio religioso não apenas de Marabá, mas da região, a futura candidata a vereadora teve também a simpatia do pastor Sales Batista, de Marabá, para sua decisão.

 

            -“Ter a simpatia do pastor Sales Batista para tomada de decisão me deixou confortável, porque é sempre bom a gente ter a concordância de uma liderança religiosa como a dele, um fiel e sábio evangelizador. Como faço parte da Assembleia de Deus Missão, por ele presidida, era uma obrigação ouvi-lo. Mas é preciso registrar que tenho excelente relacionamento com vários líderes de outras denominações, bem como muitos amigos e apoiadores que não são do meio evangélico. Só para você ter ideia da importância de um apoio como a que estou tendo do pastor Sales, ele lidera uma Igreja há vários anos, conquistou o respeito de nossas congregações pela estatura moral, intelectual e de profundo conhecimento do Evangelho, sendo hoje um representante da palavra do Senhor que tem o respeito  e admirações de todos. Também foi muito importante, e coloca importância nisso, a concordância da pastora Raquel Viegas, nossa liderança maior na área feminina e que orienta um contingente de mais de cinco mil mulheres através do trabalho de pastoreio e de apoio espiritual dedicados ao longo dos anos. O consentimento da pastora Raquel está sendo muito importante nessa minha tomada de decisão, sem esse apoio, certamente, eu teria dificuldades em decidir pelo ingresso na atividade político-partidária”.

 

 

 

Pelo telefone, Reinaldo Zucatelli registrou sua opinião sobre o ingresso de uma de suas mais importantes colaboradoras à vida partidária.

 

“A Marlucia trabalha no grupo há mais de duas décadas, pessoa de nossa extrema confiança e competente em tudo que faz. Embora a gente tenha consciência da falta que nos fará, não podemos, nunca, colocar um muro à frente das pretensões políticas dela. Além do mais, ela é bastante preparada para disponibilizar seu trabalho a favor da comunidade. Pessoalmente, tenho certeza de que ela acrescentará valores à vida pública. Fiquei feliz saber que ela se filiou ao MDB, partido de valor histórico e que tem nas figuras da família Barbalho suas lideranças maiores, não apenas no Estado, mas a nível nacional”, disse Zucatelli.

 

Zucatelli credita  a escolha do nome de sua executiva como pré-candidata a vereadora eplo MDB a sensibilidade política do secretário Pádua Andrade.

 

-“O Pádua morou em Marabá  muitos anos, inclusive é o engenheiro responsável pela grandiosa obra de duplicação do trecho urbano da rodovia Transamazônica, cruzando  toda a cidade de Marabá, pessoa que conhece quem é quem e, por essas razões, buscou recrutar nomes de qualidade para comporem a relação de pré-candidatos a vereador pelo MDB. Ou seja, teve o cuidado de não permitir o ingresso na legenda de  figuras menos comprometidas, com baixíssimo apego ao partido político. Isso ajudará muito o MDB a eleger uma bancada de qualidade, mais do que é hoje”, lembra o empresário dono de um conglomerado com mais de 600 funcionários nos estados do Pará, Amazonas, Maranhão e Piauí.

 

Marlucia Rodrigues, num primeiro contato com o blogueiro falando de política, não recua à provocação.

Qual sua perspectiva quanto à idade e à participação feminina entre os próximos vereadores?, perguntamos.

Sem titubear, a executiva mostra sua visão.

 

– “Para mim será uma surpresa se as mulheres aumentarem significativamente a sua presença. Se observarmos cuidadosamente,  há pouca participação feminina na vida pública e isso não se deve ao chamado  machismo, porque na iniciativa privada as mulheres de diferentes segmentos estão mandando bem, revelando-se talentosas no que fazem, com participação crescente na produção de riqueza e divisão de responsabilidades. No inconsciente de muitas mulheres pode não haver razão para se dedicar a uma atividade que a sociedade reprova, já que a vida pública é vista negativamente por quase todos. A mulher seria compreensivelmente mais sensível a esse julgamento; as coisas são mais custosas para ela, que vem adiando casamento, maternidade. Se elas veem que há possibilidade de retorno remuneratório e reconhecimento, isso não vem muito da vida pública. A mulher que vai para a vida política é a que tem fortes convicções ideológicas, em geral ligadas aos partidos mais à esquerda. Isso precisa ser mais genérico, tipo a mulher, qualquer que seja a orientação partidária dela, convicção ideológica, ela deve entender que sem sua participação no parlamento municipal fica difícil  conquistar avanços na luta feminina, para as prioridades das donas de casa, estudantes, conseguir melhorar a qualidade de vida de cada uma de nós”.

 

Em outro momento da entrevista, Marlucia revela seu conhecimento da vida política de Marabá, ao continuar explicação sobre a necessidade de haver mais mulheres disputando cargos públicos.

 

– “Só para você ter ideia do pouco interesse feminino em se candidatar a cargo público, usando um número para exemplificar: em 32 anos de eleições municipais, a partir de 1988, podemos afirmar que estamos tendo experiência negativa em relação a mulher na vida política de Marabá. Nesse período, se minha memória não falhar, somente  onze mulheres se elegeram vereadoras – excluindo nessa exemplificação a reeleição de algumas dessas onze. Posso até lembrar os nomes das eleitas: Vanda Américo, Leda Bezerra, Júlia Rosa, Elza Miranda, Bernadete ten Caten, Irismar Sampaio, Antonia Carvalho, Elka Queiroz, Irmã Nazaré, Dra. Cristina Mutran, Priscila Veloso…   É muito pouco em mais de 30 anos de  eleições municipais“.

 

Mais à frente do agradável bate-papo do blogueiro com Marlucia, nova provocação.

E, de novo, ela não nega fogo. Responde na bucha.

 

Você é uma bem sucedida executiva de um dos grupos empresariais mais fortes do Norte do país. Como jogar pro alto essa brilhante carreira construída ao longo dos anos para enfrentar uma eleição para a Câmara Municipal? E mais: como você explicaria a profissão vereador para uma criança, um neto seu, ou um adolescente?

 

 

– “É preciso, sim, aceitar o termo profissão porque na democracia não há como fugir dessa realidade. Você dificilmente tem a possibilidade de alguém se dedicar à vida pública se ela não vira uma profissão. Há custos financeiros, pessoais, emocionais e intelectuais envolvidos. A vida pública pode ser ingrata, pode expor a pessoa pública a acusações injustas, pode maximizar pequenos erros mais do que em qualquer outra área profissional.  Se por um lado há dificuldades para a eleição de um vereador, sobretudo na cidade de Marabá, o Legislativo municipal é o grande laboratório de uma experiência política por lidar com questões mais objetivas, menos etéreas do que as de ordem federal e estadual. Quanto a questão colocada de “jogar pro alto a minha carreira de executiva”, não estou trabalhando com essa possibilidade. Para tudo há possibilidade de conciliar tempo e espaço nas atividades que escolhemos“, responde Marlucia.

A atuação do governador Helder Barbalho também é destacada na entrevista.

 

-“Ao tomar essa decisão de ingressar no MDB, tive forte inspiração na forma como o governador Helder Barbalho vem dirigindo o Estado, sua capacidade de trabalho e liderança-  e as decisões que toma, antecipando-se aos fatos. Tudo isso tudo me encorajou a fazer parte de seu grupo político, para ajuda-lo na difícil luta de colocar o Pará no lugar que realmente merece. Como executiva de um grande grupo empresarial, sei o quanto é  alentador ter alguém que nos dê exemplo de capacidade de produção, e o nosso governador transmite essa energia. Uma jovem liderança política revelando valores que poucos políticos, na idade dele, conseguem fazer. Tudo isso, ajudou muito a minha tomada de decisão. Hoje, no MDB, posso dizer que faço parte de uma equipe que está disposta a arregaçar as mangas para trabalhar, dia e noite como faz nosso governador, em favor das transformações que  o povo paraense busca e precisa. Sou pessoa também do trabalho”, diz a entrevistada.

 

Revelando forte sensibilidade social, Marlucia Rodrigues pode se transformar na grande surpresa da próxima eleição proporcional.

A pré-candidata a vereadora do MDB tem um projeto  na cabeça de participação coletiva e deixa claro, analisando sua fala, que a vida pública, para ela,  é de uma importância incomparável.

 

-“É preciso dizer também que aqueles que tratam formalmente de toda uma sociedade são figuras que, quando honestas e bem preparadas, sempre terão razão em seu íntimo para perceber que são relevantes para a sociedade. Cabe a nós, cidadãos e cidadãs, polirmos essa profissão, dedicarmos a ela carinho e respeito. Voltando àquela sua pergunta sobre o que diria a uma criança sobre a profissão de vereador, é  isto que eu diria a uma criança, um neto que quisesse ser vereador: reflita bem antes, tenha clareza do que isso significa, esteja moralmente e eticamente bem preparado. Saiba se o desejo está ligado à vocação ou é algo efêmero, passageiro, uma curiosidade. Se decidir entrar, dê o melhor de si, saiba que o fato de ter reveses não deve levar você a desistir, mas não seja um obcecado pelos cargos. A pessoa tem de ter um despojamento porque são da própria mecânica do processo democrático essas escolhas que levam pessoas com boas qualificações e com bom histórico de realizações a não serem eleitas. O povo pode errar ou pode ter uma sabedoria que não fomos capazes de captar em uma decisão”, finaliza a Administradora.

 

Não há dúvida: Marlucia Rodrigues pode ser a agradável surpresa da eleição municipal.

Anotem esse nome.

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Nota do blog: na transcrição desta entrevista, há um trecho do bate-papo no qual Marlucia Rodrigues se alonga em considerações sobre as qualidades morais, intelectuais e evangelizadoras do pastor Sales Batista e da importância do apoio dele às suas pretensões políticas. Na edição, dois parágrafos foram eliminados para tornar mais suscinta a contextualização da matéria.