Professor da Universidade Federal de Uberlândia e um dos mais conceituados consultores do país na área de mineração, Germano Mendes de Paula será um dos palestrantes do 1º Simpósio do Setor Metal Mecânico de Marabá, programado para os dias 28 e 29 de novembro.

Para quem não está familiarizado com o tema, professor Germando de Paula é um dos autores do estudo acadêmico encomendado pela indústria brasileira de aço e que se transformou num manifesto contra a política cambial da China e as crescentes importações de produtos industrializados da Ásia, como máquinas, automóveis e eletrodoméstcios.

Em setembro passado, Mendes de Paula concluiu pesquisa que envolveu as quatro maiores economias da América Latina (Brasil, Argentina, Colômbia e México), mostrando números alarmantes sobre o processo de desindustrialização na região.

Pelo telefone, o acadêmico falou ao blog sobre a importância do 1º Simpósio do Setor Metal Mecânico, “porque esse assunto é que deve ser priorizado nesse momento de instabilidade econômica e como fator infalível para o desenvolvimento de qualquer região – principalmente numa área como essa de Marabá e seu entorno”.

Germano esclarece que “mais de 60% das exportações chinesas para o Brasil são de produtos da cadeia metal-mecânica, que usam aço como matéria-prima. Mas apenas 2% das exportações brasileiras para a China são de produtos manufaturados, feitos com aço. Quase a metade (44,8%) das importações brasileiras é de produtos do setor metal-mecânico”.

Durante sua palestra no simpósio marabaese, marcada para as 14h30 do dia 28, que abordará o tema “Siderurgia Mundial: situações e tendência”, se for provocado, Mendes de Paula poderá dimensionar os efeitos das importações chinesas sobre os seus consumidores, que são as empresas da cadeia metal-mecânica.

Segundo o professor do Instituto de Economia da Universidade Federal de Uberlândia, o estudo buscou trazer dados estatísticos confiáveis que nunca haviam sido formulados. São mais de 70 páginas de pesquisas realizadas nos quatro países por acadêmicos. No caso do México, por exemplo, o câmbio não está valorizado. Mas o país sofre com outros problemas.

Mendes sustenta que essa foi a primeira vez que a indústria de aço traçou um panorama sobre todos os setores que consomem a matéria-prima. Segundo de Paula, as indústrias de máquina conhecem o seu segmento e as empresas de construção conhecem o seu mercado. Mas o objetivo do estudo foi dar uma visão mais ampla do que está acontecendo em todos os setores.

Para o acadêmico mineiro, o conteúdo do simpósio sobre a cadeia metal mecânica, é de alto nível, “e isso contribuirá para que muitos investidores do país,  e do próprio Pará,  saiam do encontro com uma visão mais alargada de como anda o mercado de aço no mundo, e o que se pode fazer para viabilizar, de vez, o pólo metal mecânico de Marabá”.