No epicentro da campanha eleitoral do ano passado, em minha sala da produtora que fazia a campanha de Dr. Veloso, pessoas integrantes da equipe da campanha do então candidato a prefeito de Marabá, debatiam os rumos da disputa.

Com uma pesquisa em mãos demonstrando a manutenção do favoritismo de Tião Miranda, algumas sugestões eram anotadas para tentar mudar o curso do embate.

Em determinado momento, alguém defende a publicação de um “jornalzinho” carregado de insultos, envolvendo, inclusive, a vida pessoal do prefeito recandidato.

Putz!

A reação de Dr. Veloso foi dura, demasiadamente dura.

 

– “Com toda certeza você não conheceu meu pai Dr. Geraldo Veloso, figura humana de caráter irretocável e que valores humanitários por ele ensinados aos filhos perduram para sempre. Qual a importância de usar esses tipos de expedientes? Sou pai de família e sei o quanto a vida pessoal das pessoas é algo que deve ser respeitada sempre. Se para vencer uma eleição precisamos usar esses atos desabonadores,  jamais ganharei uma eleição. Nunca mais proponham isso a mim”, disse o médico.

Silêncio total na sala.

O proponente da campanha difamatória teve que sair da reunião envergonhado, tal a dureza com que foi cortado por Dr. Veloso.

Gestos dessa natureza numa campanha eleitoral, são raros.

Dr. Veloso e seu irmão, o engenheiro Dário Veloso, durante a campanha da qual tive a honra de fazer parte, deram demonstrações de que é possível, sim, fazer mudanças de comportamento na política brasileira.

Maquiavel teve o mérito de mostrar para o mundo que a política contém duas faces. Uma ideal, teórica, calcada nos pressupostos filosóficos de virtuosidade e justiça herdadas da Antiguidade.

Outra real, impregnada de vícios, mas de eficiência pragmática comprovada.

A experiência histórica demonstra que os políticos bem sucedidos no tocante à permanência no poder foram aqueles que menos importância deram à adoção de princípios éticos.

Vivendo a experiência de conviver quase cinco meses com Dr. Veloso e Dário, pude refletir sobre esses valores  perdidos ao meio da obstusidade da classe política brasileira,  cada dia mais nojenta e canalha.

Durante a campanha, fiz anotações sobre alguns fatos ocorridos e que realçaram a ética e os bons costumes  dos irmãos Veloso, que faço questão de, somente agora, passados  três meses da eleição, dividir com meus leitores.

E o faço com o dever de estar contribuindo para os mais jovens entenderem que nem tudo que versa sobre política é podre.

Nos próximos  dias estarei por aqui contando alguns fatos ocorridos durante a campanha de Dr. Veloso, e que revelaram a mim um candidato que defende, através de atos, o casamento da ética com a política.

Talvez até caiba acusá-la de pretender algo difícil, mas não utópico ou incompatível com a racionalidade, porque a maioria das comunidades elege os seus representantes para que promovam o bem comum.

Se a conduta dos governantes revela descompromisso com a causa pública e com a falta de ética, frustrando a expectativa da população, há fortes chances de que a desesperança se instale, passando cada um a agir por sua própria conta, com graves prejuízos para o convívio social.

É isso.