É um momento fascinante do dia, o amanhecer à beira do rio Araguaia. Sem a chuva da noite anterior, a vida que estava em repouso sai de novo, seca. Vem aos pedaços, assuntando aqui e ali, lentamente, como os viventes daquelas paragens, nunca apressados. Em São Geraldo do Araguaia, município fronteiriço, o presente parece não caminhar para o futuro, teima em continuar vinculado ao passado e o nascer do dia tem um encanto especial. O cheiro de água do rio desperta na memória histórias das pelejas do povo sertanejo. A vida acorda com berros de cabras subindo uma ladeira da rua à esquerda do Porto da Balsa e quebrando o silêncio de um grupo de mulheres com rostos sofridos sentadas em um banco do Posto Fiscal da SEFA. Elas aguardam um caminhão que vai levá-las até a sede do clube onde haverá o Grande Encontro das Mulheres da Mata.