Quem conhece a Ilha de Algodoal sabe que lá é proibido a circulação de veículos motorizados.

Para circular o maravilhoso  balneário cercado de praias banhadas pelo Oceano Atlântico,  Baía de Marapanim, e pelo Canal da Mocooca, veículos somente por tração animal e bicicletas.

É tradição o uso de charretespuxadas por animais, e este fato tem gerado polêmicas, principalmente pelas entidades protetoras de animais.

Mas como o transporte faz parte da cultura do lugar, há outros agentes sociais e governamentais que lutam para que a tradição seja mantida  com aplicação de políticas  destinadas a cuidar dos animais.

É o caso do Projeto Carroceiro que tem  como objetivo evitar maus-tratos dos animais, conscientizar os carroceiros e prestar atendimento para reabilitação clínica e cirúrgica.

O programa, que existe desde  2003, já está sendo aplicado desde o 1 de julho, com o início da alta temporada, que estimula o crescimento do turismo na ilha.

“A ação é pré-veraneio, com a intenção de fazer um check-up nos animais da ilha, verificar quais os que estão precisando de atendimento médico urgente e certificar aqueles que poderão ser utilizados no trabalho agora no veraneio”, explica o professor Djacy Barbosa, coordenador do Projeto Carroceiro.

Além de prestar atendimento aos animais, a equipe formada por 13 pessoas – entre técnicos, alunos e médicos veterinários – irá orientar os charreteiros sobre o manejo e cuidados com os animais. O projeto já realiza ações na ilha há 10 anos. O professor Djacy afirma que os resultados têm sido positivos.

Transformada em  APA (Área de Proteção Ambiental) Algodoal/Maiandeua foi a primeira Unidade de Conservação litorânea do Pará, e está dividida em quatro vilas: Camboinha, Fortalezinha, Mocooca e Algodoal, sendo esta última a mais preparada e bem estruturada para receber os turistas.

Cada uma das quatro vilas que formam a ilha de Algodoal/Maiandeua tem um tipo diferente de atividade principal, e também fluxos variados de público.

As vilas são separadas entre si por áreas de maguezais, e também por alguns pontos de canais de maré.

Dentre elas, a mais desenvolvida para o turismo é Algodoal, que absorve o grande número de visitantes durante os períodos de alta temporada.

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As vilas de Mocooca e Fortalezinha são mais próximas à Algodoal.

Mocooca é um núcleo transitório, em frente à Fortalezinha, por onde as pessoas passam durante alguns passeios, ou até mesmo para conhecer um pouco melhor os arredores da vila. Botos, garças e guarás são alguns animais da fauna local que os visitantes podem encontrar em Mocooca.

Já Fortalezinha é uma área com 7 km de extensão, que vem crescendo em ritmo acelerado há cerca de 10 anos, e possui uma estrutura básica para o turismo. A pesca esportiva é um dos atrativos desta vila.

Mais afastada das demais, a vila de Camboinha não desenvolve nenhum tipo de atividade exclusivamente voltada para o turismo. Do ponto de vista de infraestrutura e economia, Camboinha é caracterizada como a vila mais tradicional da ilha, com residências de nativos e a prática da atividade pesqueira.

Se você deseja conhecer Algodoal ou retornar aquela ilha paradisíaca, saiba que ali o bom é andar permanentemente descalço.

Quem chega lá, sente que a ilha é um lugar para se ficar livre,  sem estresse, nem preocupações com violência, porque tudo lá é muito calmo