de-assisBlogueiro ouviu duas lideranças dos movimentos sociais, no Esado do Pará, sobre a nomeação do ex-deputado federal Adrubal Bentes, para  a Superintendência do Incra no Sul do Pará.

Francisco de Assis Solidade, dirigentes da Fetagri, no Pará (foto), revela a preocupação dos movimentos sociais diante da indicação de Asdrubal Bentes para a superintendência do Incra, no Sul do Pará.

Ele entende que o ex-deputado federal sempre foi identificado com o agronegócio, razão maior para que os prioridades do Incra possam vir a ser invertidas, sob a nova direção.

“O Asdrubal tem uma história nesse processo, já que ele cumpriu uma missão, tempos atrás, presidindo o Getat (antigo órgão que cuidava da Reforma Agrária, à época do período militar).É natural que os pecuaristas recebam com otimismo a indicação dele, já que Asdrubal é um aliado da classe. Agora, nosso papel é apresentar uma pauta e fazer pressão para que os trabalhadores rurais sejam atendidos em suas reivindicações”, analisa Asss.

De Assis lembra que falta ao Incra nacional entender que a situação dos assentamentos, na região Sul do Pará, é diferente do restante do país.

“Aqui, o estado tem o maior número de  assentamentos do país. O estado é grandioso. Mas, infelizmente não é essa a visão do Incra nacional. Os projetos vão se avolumando na superintendência por falta de recursos e, por isso, o Incra tem que tomar uma atitude definitiva para resolver esse impasse”

“Na região de Carajás”, lembra o dirigente, “só ligado à Fetagri, existem 120 fazendas ocupadas, na área se abrangência do Incra do Sul do Pará. Então, nós estamos preocupados porque os processos de desapropriação estão ficando cada vez mais difíceis. Quando é nomeado um superintendente para o Incra que é plenamente identificado com as causas dos pecuaristas, os trabalhadores ficam preocupados. Nossa tarefa agora é continuar a luta, pautar nossas reivindicações e fazer com que o processo ande”.

Francisco de Assis faz críticas contundentes ao revelar que grande parte dos assentamentos sofre da carência de habitação, escola, estrada, atendimento básico de saúde, não tem subsídio de crédito que fomente a produção, tornando-se  uma carta de expulsão para que se desestimule e retorne para a cidade

“É preciso que famílias sejam assentadas,  investimentos aconteçam nos projetos de assentamento, principalmente em torno da necessidade de construção de estradas; sofremos a falta de assistência técnica, enfim, falta conjunto de infraestrutura para levar qualidade  de vida aos assentados da região em mais de 500 projetos de assentamento”, finaliza.

 

CPT: “Asdrubal representa interesses do agronegócio”

cptFalando  em nome da CPT (Comissão Pastoral da Terra), o advogado José Batista Gonçalves Afonso – à esquerda -, por escrito, foi incisivo, ao comentar, por escrito, a nomeação de Asdrubal.

“Analisando as forças conservadoras que compõe o governo Temer, especialmente aquelas ligadas aos campo, não se esperava a nomeação de alguém minimamente progressista.  A escolha do ex deputado Asdrubal Bentes, representante e defensor do latifúndio e do agronegócio, se enquadra na estratégia do atual governo em ampliar os interesses dos setores ruralistas no meio rural e tentar isolar o MST e demais movimentos defensores da reforma agrária.  Nessa região do Pará, os trabalhadores rurais sem terra sempre fizeram a reforma agrária “na lei e na marra”, independente de Superintendente ligado a partido A ou B e não será diferente na atual conjuntura.”

O blog está tentando ouvir também Ayala Ferreira, do MST e Chico da Cib, da Fetraf.

Diversas ligações telefônicas foram tentadas. Nenhuma delas foi atendida pelos dirigentes dos movimentos sociais.