JarbasEm nota, o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, decretou luto oficial de três dias nos órgãos da administração municipal em função da morte de Passarinho. O Governo do Estado declarou que irá adotar o mesmo procedimento nas repartições estaduais.

A Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) também se pronunciou lamentando o falecimento do político e ressaltando a defesa dos interesses do povo paraense.

“Jarbas Passarinho sempre foi um grande aliado do setor produtivo paraense em sua gestão como governador do Pará. Em sua trajetória política em Brasília, também contribuiu por um longo período com as demandas do setor industrial nacional em interface com a Confederação Nacional da Indústria”, declarou José Conrado Santos, presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa).

Sobrinho neto do político, o deputado federal (PSD/PA) Joaquim Passarinho, 54 anos, diz que a figura política do tio deixou referências não somente para os familiares.

“Passarinho se tornou uma referência de firmeza, de honradez, de lealdade entre os seus pares. Mesmo com todos os erros e acertos, que são inerentes a uma longa trajetória política como a dele, tornar-se conhecido pela honestidade, sobretudo se considerarmos o cenário político na atualidade, é um feito. Esse é o principal legado que ele nos deixa”, afirma.

O O presidente do Senado, Renan Calheiros, decretou luto oficial de três dias pela morte do ex-senador Jarbas Passarinho, ocorrida neste domingo (5).

Renan também deverá marcar uma sessão de homenagem ao político.

“Perdemos um grande brasileiro. Em todos os cargos que ocupou, demonstrou profundo espírito público e dedicação ao interesse nacional. Foi um dos melhores políticos da sua geração, que sempre teve com todos nós um relacionamento e uma convivência gentis e civilizados. Jarbas Passarinho deixou a sua marca na história do Brasil e do Senado Federal”, disse Renan.

Trajetória
Nascido em Xapuri, no Acre, em 1920, Jarbas Passarinho iniciou sua trajetória política no Pará. Foi oficial do Exército e, na ditadura militar, assumiu em 1964 o governo do Pará, indicado pelo presidente Castelo Branco.

Em 1966 deixou o governo do Pará e foi eleito senador pelo estado pelo partido Aliança Renovadora Nacional (Arena). Durante o mandato, foi convidado por Costa e Silva para assumir, em 1967, o Ministério do Trabalho e Previdência Social. Nesse mesmo ano, passou para a reserva com a patente de coronel.

Como ministro, participou da reunião que decretou o Ato Intitucional nº 5, conhecido como AI-5, no dia 13 de dezembro de 1968, e que deu amplos poderes para o regime militar.

Na ocasião, Jarbas Passarinho proferiu uma frase que ficou marcada na história brasileira. “Às favas, senhor presidente, neste momento, todos, todos os escrúpulos de consciência”, disse ao justificar por que estava votando a favor do AI-5.

Em 30 de outubro de 1969, em virtude do agravamento do estado de saúde de Costa e Silva, tomou posse na Presidência da República o general Emílio Garrastazu Médici, que convidou Jarbas Passarinho para o Ministério da Educação.

Ainda durante o regime militar, Jarbas Passarinho voltou ao Senado em 1974, Casa em que foi eleito presidente em 1981. O político foi ainda ministro da Previdência do governo de João Figueiredo, em 1983. Em 1986, foi eleito como senador para a Assembléia Nacional Constituinte, pelo PDS do Pará.

Após a redemocratização do país, foi Ministro da Justiça do governo Fernando Collor, de outubro de 1990 a abril de 1992, quando retornou ao Senado.

Jarbas Passarinho foi casado com Ruth de Castro Gonçalves Passarinho, com quem teve cinco filhos. (G1)

 

Enterrado com honras militares

 

Por ser coronel da reserva do Exército, Passarinho foi sepultado, ontem (5), com honras militares, na Ala dos Pioneiros do Cemitério Campo da Esperança, em Brasília. Houve salva de tiros de canhão e de fuzil. Na hora do sepultamento, a bandeira do Brasil que cobria o caixão foi entregue a Carlos Passarinho, um dos cinco filhos do ex-senador.

A banda do Exército executou a Canção da Artilharia, arma da qual Passarinho fazia parte. O caixão desceu à sepultura sob uma salva de palmas. Cerca de 200 pessoas acompanharam a cerimônia, segundo com a Polícia Militar. Segundo a assessoria do governo do Pará, estado que Passarinho governou, ele morreu por “problemas de saúde decorrentes da idade avançada”. O estado também decretou luto oficial de três dias.