Feira

Um dos eventos literários mais importantes do país chega a duas décadas de existência. A Feira Pan-Amazônica do Livro já faz parte do calendário e da vida de muitos paraenses. Realizada no Hangar Centro de Convenções há dez anos, o evento já passou por vários espaços da cidade.

Quando tudo começou, em 1997, como um projeto ainda tímido e pequeno, a feira ocupou uma área de 2.000 m² no Centro Cultural Tancredo Neves (Centur), com cerca de 66 estandes e uma média de público de 102 mil visitantes. Neste endereço ficou por seis anos, mudando-se para a Companhia Docas do Pará, com um espaço maior, 10.000 m², no ano seguinte.

As próximas edições ocuparam um galpão no Hangar (antes da reforma) e o Centro de Eventos Júlio César, onde várias tendas eram montadas para atender ao público. Foi a partir da 11ª edição que o centro de convenções da Amazônia tornou-se a casa fixa da Pan-Amazônica, disponibilizando uma área de 24 mil m² para a exibição dos 225 expositores e para a circulação de mais 400 mil visitantes.

Diante de um cenário onde se discute muito a prática da leitura em um país considerado de poucos leitores, ver um evento literário crescer é motivo de orgulho. “Associo o interesse do público à programação que a feira oferece. As pessoas têm contato com os escritores, tem uma farta oferta de livros, tem teatro, contação de história, cinema, manifestações folclóricas. Tudo isso cria uma ambiência que favorece o contato com o livro, estimulando a leitura”, opina Ana Catarina Brito, diretora de Cultura da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e organizadora da feira há seis anos.

“A Feira do tamanho que chegou e da importância que tem era inimaginável há 20 anos, quando plantamos a semente. Hoje, não é apenas uma feira, mas um evento cultural de destaque nacional e até mesmo internacional. Ou seja, é um encontro de cultura e de arte que se aprimora a cada ano sem perder a característica de uma feira de livro”, pontua Paulo Chaves, secretário de Estado de Cultura.

Programar uma feira do livro dura um ano inteiro. Ao terminar uma edição, os organizadores já começam a pensar na próxima, buscando sempre estimular a participação dos municípios, principalmente da rede escolar, porque é aí, segundo Paulo Chaves, que está o futuro do país. A programação não se resume aos 10 dias em Belém, se estende aos outros meses do ano, com saraus literários, com a Pan-Amazônica na Escola, com gincanas literárias, Pan-Amazônica nos Municípios e, mais recentemente, com os salões regionais do livro em cidades como Santarém, no oeste do Pará.

Todos os anos, a organização escolhe um autor paraense para ser homenageado. Já ganharam destaque Benedito Nunes, Ruy Barata, Eneida de Moraes, Max Martins, Bruno de Menezes e vários outros. Como exceção, Ariano Suassuna foi homenageado também. Há ainda, em todas as edições, um país convidado. Já passaram pela feira Portugal, Argentina, França, Japão, Itália e Peru.

Este ano, na vigésima edição da feira, a escritora homenageada será a professora e doutora paraense Amarilis Tupiassú. E o homenageado não será um país, mas sim o planeta Terra. “Procuraremos focar os principais temas nesta direção, no sentido de termos uma convivência pacífica e harmoniosa em todo o planeta, respeitando as diferenças e, particularmente, o meio ambiente”, explica Paulo Chaves.

Na programação, já estão confirmados os seguintes autores: Paulo Markun, Carlos Moore, João Anzanello Carrascoza e Ziraldo. No Encontro Literário Paraense estarão presentes Antônio Juracy Siqueira, Rosângela Darwich, Daniel Leite, Antônio Moura, Alfredo Garcia, Vicente Cecim, Salomão Laredo, dentre outros. Para comemorar estes 20 anos de evento, uma exposição no hall do primeiro piso do Hangar vai rememorar todos os momentos marcantes da feira, autores que já passaram por ela, atrações nacionais e internacionais. (Texto: Bianca Teixeira// Foto Eliseu Dias)