A renúncia voluntária do reitor Carlos Maneschy, da UFPA, para concorrer à prefeitura de Belém, em outubro, tem provocado críticas e rebuliços na academia.

A jornalista e professora de Comunicação Social Ana Lúcia Prado, através de post em sua rede social, cobra de Maneschy  respeito ao cumprimento do mandato na reitoria e mostra preocupação quanto ao limitado tempo disponível para a comunidade definir a lista tríplice para a escola de novo reitor.

“A consulta à comunidade universitária está seriamente comprometida, tendo em vista que a lista tríplice deverá estar no MEC até 17/07. Como se debater a universidade em tão pouco tempo? De que maneira verificar programas e propostas? A quem interessa não se discutir os inúmeros problemas acumulados pela maior instituição de ensino e pesquisa da Amazônia Legal? A quem interessa?”, questiona a professora.

O clima na UFPA está tenso.

Leiam o post de Ana Prado:

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O reitor da UFPA decidiu renunciar ao cargo para concorrer à eleição para a prefeitura de Belém pelo PMDB, o partido de Michel Temer. Até aí, tudo bem, é legitimo esse direito, afinal, qualquer um de nós pode se candidatar a um cargo eletivo e a universidade pode e deve contribuir com quadros para a gestão pública. Contudo, eu tenho certa dificuldade em compreender as razões de quem se propõe a cumprir um mandato e o deixa antes do prazo – pq, afinal, então o prof. Maneschy se candidatou à reeleição à reitoria da UFPA cerca de três anos atrás se não vai cumprir o período previsto para sua gestão?

Mas como somos supostamente informados da decisão do senhor reitor? Pelos veículos de comunicação do grupo RBA, do Jáder Barbalho, padrinho político do prof. Carlos Maneschy. Na coluna de Mauro Bonna hoje há a informação de que o reitor deixará o cargo no próximo dia 17/05. Nenhuma palavra oficial por parte da reitoria à comunidade universitária até este momento.

Se isso se confirmar, a consulta à comunidade universitária está seriamente comprometida, tendo em vista que a lista tríplice deverá estar no MEC até 17/07. Como se debater a universidade em tão pouco tempo? De que maneira verificar programas e propostas? A quem interessa não se discutir os inúmeros problemas acumulados pela maior instituição de ensino e pesquisa da Amazônia Legal? Os números da graduação (disponíveis no site do Inep) mostram como o ensino vem sendo tratado pela gestão da UFPA. A violência dentro e ao redor do campus mostram a ausência de política de segurança; até a iluminação no núcleo do Guamá demonstra esse descaso. E o que dizer das obras inacabadas (e olhem, o REUNi destinou muito dinheiro às universidades públicas e o maior contingenciamento de recursos ocorreu este ano)? E a lista de problemas seria bem maior, claro, mas deixo para outro momento.

O que me angustia é constatar que a UFPA se esqueceu de que precisa discutir seus problemas. As eleições para escolha do reitor há algum tempo passa pelo voto de “gueto”: – “meu instituto fecha com fulano” e ponto final. Como assim?

Se na universidade o bom debate se perdeu, o que diremos do resto do país?

A quem interessa mesmo??

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Print da nota publicada no Diário do Pará, citada pela jornalista:

Reitor