
Muito além do debate sobre o direito de a oposição pedir ou não o impeachment de uma presidenta legitimamente eleita, é fundamental refletir sobre os métodos que vêm sendo utilizados pelo PSDB e seus aliados para desestabilizar o governo – e as consequências dessas ações para o País. O alerta é do senador Paulo Rocha (PT-PA), que no acalorado debate em plenário, na tarde desta terça-feira (5), chamou os tucanos a uma reflexão sobre a necessidade de preservar a ordem democrática tão duramente conquistada pelos brasileiros.
“O que questiono aqui são os métodos que estão sendo usados”, afirmou Rocha, dirigindo-se a Aécio Neves (PSDB-MG), candidato derrotado na disputa presidencial de 2014. “A presidenta Dilma ganhou as eleições. Depois disso, infelizmente, companheiro, não foi com essa fala mansa de agora que você se portou após o resultado”, cobrou o senador petista.
Paulo Rocha enumerou – e cobrou cara a cara com a bancada tucana – a sucessão de atitudes da oposição contra o resultado democrático das eleições. Novamente dirigindo-se a Aécio, o petista lembrou que o tucano disse ter perdido para “organização criminosa”, se referindo à derrota no pleito presidencial de 2014. “Depois, colocou em xeque o resultado eleitoral, levantando suspeitas sobre o pleito presidencial”, disse.
De pé no plenário, ainda encarando Aécio Neves e a bancada tucana – a quem chamou o tempo todo de “companheiros” e colegas” e a quem se dirigiu com a voz firme, mas cortês –, Rocha prosseguiu: “Seu líder do PSDB [Cássio Cunha Lima], diuturnamente, acusa o PT de corrupto, de ladrão. Estabeleceu-se um processo de debate político usando inclusive informações mentirosas”. O petista se dirigiu então, a Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), “companheiro de tantas lutas”, e cobrou a acusação feita pelo tucano paulista ao filho do ex-presidente Lula, baseando-se em uma matéria de jornal já desmentida.
Paulo Rocha convidou os tucanos a explicarem os encontros secretos com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha – acossado pela revelação de suas contas bancárias na Suíça –, para “organizar” o impeachment de Dilma e advertiu que os “métodos usados no processo de fazer oposição” ao PT incluem “colocar em cheque a própria democracia que todos nós lutamos para consolidar”. E finalizou: “Falo isso, Aécio Neves, assim, de frente, porque venho de um julgamento, do julgamento do mensalão”.
O senador paraense foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal na Ação Penal 470 e foi absolvido de todas as acusações. Ele, porém, não escamoteou os erros cometidos pelo PT no uso do caixa 2 para as finanças de campanha e na aceitação do financiamento empresarial para sustentar candidaturas. Mas rechaçou o artifício de criminalizar apenas o PT – que lutou para acabar com a contribuição de empresas às campanhas – pelas mazelas do sistema eleitoral.
“Olha só, Aécio: vocês estão querendo dizer que o dinheiro que saiu do mesmo caixa – da Odebrecht, da Andrade Gutierrez, da UTC, de todos que financiam campanha neste País –, para o PT, para a Dilma, é sujo. E o dinheiro que saiu do mesmo caixa para você não é sujo? É isso que querem colocar no processo do debate político. Não, nós não aceitamos isso!”, afirmou Paulo Rocha.
Aílton
14 de outubro de 2015 - 21:10Cortou a lombra do noiado Aebrio. Parabéns Senador Paulo Rocha!
João Dias
14 de outubro de 2015 - 13:45PSDB/DEM: JUDAS OU PILATOS?
Dos sete partidos que pedem no Conselho de Ética o afastamento de Eduardo Cunha da Presidência da Câmara, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo MPF brasileiro e suíço, NÃO FAZEM PARTE o PSDB e o DEM, muito menos, os seus Deputados e Senadores assinaram a lista encabeçada pelo PSOL e integrantes de PT, PSB, PPS, PDT, PR, PSC, PROS, PTB e PMDB.
Então, qual o critério lógico para se absterem de assinar o requerimento de impeachment, frente à denúncia considerada “gravíssima”, protocolada por Rodrigo Janot no STF em face de Eduardo Cunha, mas, ao mesmo tempo, QUEREM a cabeça da Dilma, que não tem sobre ela o mesmo tipo de denúncia?
Como PILATOS -, PSDB /DEM e outros partidos de oposição, lavam as mãos pra corrupção e lavagem de dinheiro, ABSOLVEM EDUARDO CUNHA.
Não satisfeitos com a decisão da justiça, informam que líderes da oposição enviaram ofício ao presidente da Casa, Eduardo Cunha, pedindo que ele apresente recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu o rito de impeachment definido por eles.
Como JUDAS CONDENAM DILMA e, todos, com uma só canetada, assinam o ofício enviado a Cunha, entre eles os líderes do PSDB, Carlos Sampaio (SP), do PPS, Rubens Bueno (PR), do SD, Arthur Oliveira Maia (BA), e da minoria, Bruno Araújo (PSDB-PE)”, numa clara atitude GOLPISTA.
Vale destacar que o rito de impeachment definido pelos PILATOS de plantão do Parlamento brasileiro ou roteiro traçado por Cunha, com total apoio da oposição, é o seguinte:
Ele rejeitaria todos os pedidos de impeachment protocoladas na Câmara, mas, a oposição recorreria ao plenário da casa com base em um pedido específico, o do jurista e fundador do PT, Hélio Bicudo. Assim (Cunha lavaria as mãos), o PLENÁRIO (Judas) SERIA O RESPONSÁVEL pela decisão final sobre o processo, que seria definida por maioria simples de votos. A expectativa da oposição, inclusive, era que o processo fosse deflagrado imediatamente.
Só esqueceram de convencer o STF, que no exercício da Toga, legítimos jurisconsultos proferiram a seguinte decisão: “Ora, em processo de tamanha magnitude institucional, que põe a juízo o mais elevado cargo do Estado e do governo da nação, é pressuposto elementar a observância do devido processo legal, formado e desenvolvido à base de um procedimento cuja validade esteja fora de qualquer dúvida de ordem jurídica”.
De acordo com o ministro, tais questões são disciplinadas pelo artigo 85 da Constituição, segundo o qual as normas de processo e julgamento dos crimes de responsabilidade contra presidente da República devem ser disciplinadas por meio de uma lei especial.
Salve a Democracia, conquista soberana do povo brasileiro!
Agenor Garcia
15 de outubro de 2015 - 09:43Salve a Democracia, João Dias. Salve!
Seu texto tem relativo valor, expondo de maneira cabal a irresponsabilidade do DEM e do PSDB na apuração das denúncias que tisnaram a carreira de Eduardo Cunha.
No entanto, para o louvor da democracia, perguntamos: o que teria dito Aécio a Rocha naquele enfrentamento no Senado?
Rocha, meu caro João Dias, não é e nunca será o parlamentar mais competente para tirar da lama em que se meteu, ele e o partido que um dia teve meu voto. Perdi emprego por ser militante do PT naqueles anos de combate aos oponentes dos trabalhadores.
Falando nisso, em histórica greve que movemos para impedir a circulação de O Liberal, Paulo Rocha orientou os gráficos para não aderir ao sindicato dos jornalistas, na paralisação das redações. Até hoje, pesa sobre Rocha, a estranha agenda que ele nunca nos explicou.
Viva a Democracia, João. Principalmente aquela que não é defendida por aqueles que levaram o Brasil aos escaninhos mais infames, da maior história de corrupção que ainda vai levar para o xadrez os petistas mais canalhas que roubaram nossos sonhos de verdadeira democracia.
Agenor Garcia
jornalista
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